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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Roma - Duas organizações das Nações Unidas ligadas à agricultura apostam no potencial do cultivo da Jatropha curcas, conhecida também como mamona da América, para produzir biocombustível e beneficiar aos agricultores pobres.
Em um relatório publicado hoje, a Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) analisam a utilidade da Jatropha curca, à qual definem como um "cultivo promissor".
Para estas organizações, a Jatropha curcas cresce "razoavelmente bem em zonas áridas e em solos degradados de utilidade marginal para a agricultura" e "pode ser transformada em um biodiesel menos contaminante do que o de origem fóssil a fim de oferecer às famílias rurais pobres um combustível para produzir luz e cozinhar".
"Ao contrário de outros biocombustíveis importantes, como o milho, a mamona da América não é utilizada como alimento e pode ser cultivada em terras degradadas, onde não crescem plantas alimentícias".
"A produção deste cultivo permitiria obter ingressos em particular aos pequenos agricultores, aos moinhos de oleaginosas terceirizados e aos membros de plantações comunitárias ou aos trabalhadores das plantações privadas que o produzem".
Há uma ressalva, no entanto. A maior parte da mamona cultivada na América hoje é tóxica, um risco à saúde humana e impede o uso das sementes como alimento ao gado.
Daí a necessidade de apoiar a pesquisa para obter variedades melhores e não tóxicas.
Em 2008, foi semeado na América 900 mil hectares no mundo todo, das quais 760 mil na Ásia, 120 mil na África e 20 mil na América Latina, e estima-se que para 2015 haverá cultivos de mamona da América em 12,8 milhões de hectares.
O maior país produtor da Ásia será Indonésia; na África, os principais produtores serão Gana e Madagascar, e Brasil será o líder na América Latina.