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ONU aponta violações graves de direitos humanos no sul da Turquia

Investigadores da ONU documentaram numerosos assassinatos, desaparecimentos e torturas, assim como outras violações de direitos humanos

Exército turco: abusos mais sérios ocorreram durante períodos de toque de recolher impostos durante vários dias seguidos (Reuters/Reuters)

Exército turco: abusos mais sérios ocorreram durante períodos de toque de recolher impostos durante vários dias seguidos (Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de março de 2017 às 10h35.

Genebra - Cerca de 2 mil pessoas foram mortas e bairros inteiros foram arrasados no sul da Turquia ao longo de 18 meses de operações de segurança do governo, caracterizadas pela destruição em larga escala e violações graves de direitos humanos, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU disse em um relatório sobre o período de julho de 2015 a dezembro do 2016 que até 500 mil pessoas, na maioria curdos, foram deslocadas, e que imagens de satélite mostraram a "escala enorme da destruição causada por armamento pesado nas moradias".

Os investigadores da ONU documentaram numerosos assassinatos, desaparecimentos e torturas, assim como outras violações de direitos humanos. Os abusos mais sérios ocorreram durante períodos de toque de recolher impostos durante vários dias seguidos.

Os inspetores não tiveram acesso ao país, e até o mês passado a ONU ainda não havia recebido nenhuma resposta formal às suas indagações, informou o relatório.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, disse em um comunicado emitido nesta sexta-feira que a Turquia "contestou a veracidade das alegações muito sérias" no relatório.

Ele ficou particularmente preocupado porque Ancara parece não ter iniciado nenhuma investigação crível sobre as centenas de assassinatos ilegais, acrescentando que um inquérito independente é ao mesmo tempo urgente e essencial.

"Parece que nem um único suspeito foi apreendido e nem um único indivíduo foi processado", disse.

Quase 800 dos mortos eram membros das forças de segurança, e um número não especificado dos outros 1.200 podem ter estado envolvidos em ações violentas e não violentas conta o Estado, segundo o relatório.

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