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ONU: ao menos 65 mil rohingyas fugiram de Mianmar para Bangladesh

Dezenas de milhares de civis, a maioria da minoria muçulmana, foram deslocados pela violência na região

Rohingyas: as autoridades de Mianmar não reconhecem a cidadania dos rohingyas e os considera como imigrantes (Lauren DeCicca/Getty Images)

Rohingyas: as autoridades de Mianmar não reconhecem a cidadania dos rohingyas e os considera como imigrantes (Lauren DeCicca/Getty Images)

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EFE

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 14h30.

Bangcoc - Pelo menos 65 mil membros da minoria rohingya fugiram do oeste de Mianmar para Bangladesh desde outubro, informou nesta segunda-feira o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCAH).

A OCAH afirmou em um relatório publicado em seu site que 22 mil rohingyas cruzaram a fronteira na última semana, deixando o estado de Rakhine, em Mianmar, para chegar ao sul de Bangladesh.

O anúncio da ONU coincide com o início da visita da relatora da ONU para Mianmar, Yanghee Lee, que estará em Rakhine até o próximo dia 20 para estudar as denúncias de abusos de direitos humanos cometidos pelo Exército do país contra os rohingyas.

O governo de Mianmar nega os abusos, supostamente cometidos durante a operação do Exército após o ataque em outubro no norte de Rakhine contra três postos policiais na fronteira, atribuído a insurgentes rohingyas.

Testemunhas denunciaram violações e execuções de rohingyas por parte dos soldados. A Human Rights Watch acusou o Exército de queimar mais de 1.500 imóveis.

Dezenas de milhares de civis, a maioria da minoria muçulmana, foram deslocados pela violência na região, onde o Exército limitou a entrada de ajuda humanitária e vetado a presença de jornalistas e observadores independentes.

Mais de 1 milhão de rohingyas vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária em 2012 que causou pelo menos 160 e deixou 120 mil deles confinados em 67 acampamentos de deslocados internos.

As autoridades de Mianmar não reconhecem a cidadania dos rohingyas e os considera como imigrantes, impondo múltiplas restrições, incluindo a proibição de viajar.

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