"Se fracassarmos, estaremos condenando nossos filhos e netos a um caos climático", avisou Ban Ki-moon (Haidar Hamdani/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2015 às 12h46.
Nações Unidas - A ONU alertou nesta segunda-feira que as negociações para conseguir um acordo global contra a mudança climática na cúpula que será realizada em Paris no final do ano avançam de forma lenta e reivindicou aos líderes internacionais que se envolvam pessoamente para acelerá-las.
"O progresso nas negociações é lento demais. Vai a um ritmo de caracol", advertiu o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, na abertura de um encontro de alto nível sobre clima, realizado cinco meses antes da reunião de Paris.
Ban chamou os chefes de Estado e do governo de todo o mundo a dar de forma urgente uma clara "direção política" a seus negociadores para permitir que o processo se acelere e que o acordo seja possível.
"Se fracassarmos, estaremos condenando nossos filhos e netos a um caos climático", avisou o diplomata coreano.
Apesar da lentidão das negociações, Ban mostrou um pouco de otimismo e listou uma série de avanços que deveriam fazer possível o êxito na Conferência das Partes do Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática de dezembro, conhecida como COP21.
Entre eles, Ban destacou a aposta das três maiores economias do mundo, Estados Unidos, União Europeia e China, por um desenvolvimento baixo em emissões, o aumento do uso das energias limpas e as demandas dos cidadãos e de líderes como o papa Francisco.
"Em muitos sentidos, as estrelas estão alinhadas como nunca antes", assegurou o chefe das Nações Unidas, que lembrou que um acordo em Paris não será final, mas pode ser um "ponto de inflexão".
"Peço que acelerem o ritmo e elevem a ambição conforme vai se aproximando a conferência de dezembro", disse Ban aos representes nacionais presentes na reunião, entre eles um bom número de ministros.
Na mesma linha, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Sam Kutesa, ressaltou que neste ano o mundo tem "uma oportunidade única para atuar de forma coletiva e responder ao problema mais urgente de nosso tempo".
"Juntos, não devemos poupar nenhum esforço para conseguir um acordo vinculativo equilibrado e universal em dezembro que promova o desenvolvimento sustentável e preserve nosso planeta", disse Kutesa.