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ONU alerta para execução de 60 civis pelo EI em Mosul

Estes assassinatos foram registrados em diferentes momentos e lugares de Mossul, último reduto do EI no Iraque

Mosul: o EI reúne pessoas nas ruas de Mossul e as executa em público, algumas por disparos, outras por decapitação (Alaa Al-Marjani/Reuters)

Mosul: o EI reúne pessoas nas ruas de Mossul e as executa em público, algumas por disparos, outras por decapitação (Alaa Al-Marjani/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 16h05.

O grupo Estado Islâmico (EI) executou nesta semana ao menos 60 civis na cidade iraquiana de Mossul e seus arredores, acusando 40 deles de "traição" e os outros 20 de transmitir informações ao exército iraquiano, informou a ONU nesta sexta-feira.

Estes assassinatos foram registrados em diferentes momentos e lugares de Mossul, último reduto do EI no Iraque, disse uma porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Na terça-feira, os extremistas do EI "abateram 40 civis na cidade de Mossul depois de tê-los acusado de 'traição e colaboração' com as forças iraquianas de segurança", explicou, sem citar suas fontes.

As vítimas, cujos corpos foram pendurados em postes de Mossul, estavam vestidas de laranja, com inscrições em vermelho onde era possível ler: "Traidores e agentes das ISF" (acrônimo em inglês das forças iraquianas), segundo o Alto Comissariado.

Um morador de Mossul, Abu Saif, consultado pela AFP, disse que havia visto entre 30 e 40 cadáveres com as inscrições "agente" e "traidor".

O EI "reúne pessoas nas ruas de Mossul e as executa em público, algumas por disparos, outras por decapitação", acrescentou.

Na noite de terça-feira, um homem de 27 anos foi executado por disparos no bairro de Bab al Jideed, no centro de Mossul, por ter utilizado um telefone celular, proibido pelo EI, segundo a ONU.

Na noite de quarta-feira, o EI "teria matado 20 civis na base militar de Ghabat, no norte de Mossul, por terem divulgado informações" às forças iraquianas, acrescentou Ravina Shamdasani.

Enquanto a ONU não para de publicar nestes últimos dias detalhes das atrocidades cometidas pelo EI no Iraque, o Alto Comissário Zeid Ra'ad Al Husein pediu nesta sexta-feira que o Tribunal Penal Internacional (TPI) possa intervir.

Por sua vez, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) indicou nesta sexta-feira que o número de deslocados desde o início da ofensiva contra Mossul no dia 17 de outubro duplicou em uma semana, até alcançar 47.730 pessoas.

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