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Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 19h21.
Genebra - Mais de 38.000 pessoas apelaram por ajuda das Nações Unidas depois de serem alvo de ataques sexuais ou outro tipo de violência baseada no gênero na Síria em 2013, de acordo com dados que podem ser apenas a ponta do iceberg depois de quase três anos de conflito no país.
Agências da ONU de ajuda humanitária tinham se recusado em outra ocasião a apresentar estatísticas sobre a Síria relacionadas a violência por gênero, que se refere a qualquer tipo de violência na qual o sexo da pessoa é o fator motivador, incluindo estupro, violência doméstica, assédio e abuso psicológico.
Mas o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) divulgou nesta semana dados mostrando que providenciou primeiros socorros de âmbito psicológico ou apoio para tal tipo de violência a 33.430 pessoas na Síria nos primeiros 11 meses de 2013, e para outras 4.800 em dezembro em Idlib, Homs, Damasco e na área rural de Damasco.
No Líbano, que abriga a maior parte dos 850.000 refugiados sírios, a agência da ONU disse ter concedido "tratamento pós-estupro para 17 hospitais e centros de saúde de primeiros cuidados, cobrindo uma demanda potencial de 1.020 sobreviventes".
O conselheiro na regional síria do Unfpa, Dan Baker, disse ser impossível avaliar os números de agora em comparação com a situação pré-conflito, e que as cifras não provam que o estupro esteja sendo usado como uma ferramenta sistemática de guerra.
A coleta de dados é difícil porque geralmente as vítimas estão muito assustadas ou envergonhadas para procurar ajuda, portanto, quaisquer números são vistos de modo geral como uma pequena amostra de um problema maior.