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ONGs pedem apoio da Rússia para condenar Síria

Os organizadores da campanha denunciarão 'um ano sangrento na Síria' e pedirão à Rússia que deixe de se opor a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU

Nos 12 meses que já dura a crise síria, Rússia e China vetaram duas resoluções no Conselho de Segurança (AFP)

Nos 12 meses que já dura a crise síria, Rússia e China vetaram duas resoluções no Conselho de Segurança (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 21h41.

Nações Unidas - Uma coalizão de 200 ONGs de 27 países lembrará nesta quinta-feira o primeiro aniversário do início da repressão na Síria com o lançamento de uma campanha na qual pedem o apoio da Rússia a uma reação do Conselho de Segurança da ONU à crise que atinge o país árabe.

Os organizadores da campanha denunciarão 'um ano sangrento na Síria' e pedirão à Rússia que deixe de se opor a uma resolução do principal órgão internacional de segurança.

Nos 12 meses que já dura a crise síria, Rússia e China vetaram duas resoluções no Conselho de Segurança, uma proposta feita pelos países ocidentais e a segunda apresentada pelo Marrocos em nome dos árabes.

'Rússia e China bloquearam em duas ocasiões o Conselho de Segurança, uma defesa do regime de Bashar al-Assad que este interpretou como uma licença para matar', indica o diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, em comunicado no qual pede aos dois países que deixem de fornecer um 'álibi diplomático às atrocidades sírias'.

A campanha pede ao Conselho de Segurança que mostre 'unidade' e aprove 'uma resolução que peça ao governo sírio que detenha o bombardeio indiscriminado dos bairros residenciais e outras violações do direito internacional, como as prisões arbitrárias e a tortura'.

Além disso, o texto que a campanha pede para ser aprovado no principal órgão de decisão da ONU também deveria pedir o 'acesso urgente dos funcionários humanitários, jornalistas e supervisores de direitos humanos'.


'Em todo um ano, o número de vítimas na Síria escalou ao horripilante total de mais de 8 mil mortos, entre eles centenas de menores. Não chegou a hora de o mundo se unir e dar passos efetivos para deter isto?', disse o subdiretor do Instituto de Direitos Humanos do Cairo, Ziad Abdel Tawab.

Com o nome de 'Todos juntos pela Síria: Detenhamos um ano de derramamento de sangue', a campanha será focada nas redes sociais, como Twitter e Facebook, onde se pedirá aos internautas que escrevam mensagens pedindo o fim da violência na Síria e divulguem fotografias mostrando cartazes com esse pedido escrito.

Os organizadores anunciaram que terão o apoio de algumas das personalidades mais ativas nas redes sociais, como a cantora canadense Nelly Furtado, o ator britânico Stephen Fry e a cantora indonésia Sherina Munaf, que defenderão a campanha no microblog Twitter.

A campanha, que conta ainda com a ação de ativistas do Oriente Médio, se dirige também 'ao governo sírio e a outros atores armados', e lhes pede que garantam 'o acesso completo e sem impedimentos à ajuda humanitária em todas as regiões do país que a necessitem'.


Também se pede o 'total respaldo' da comunidade internacional à missão do enviado especial conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, e se solicita ao Grupo de Amigos da Síria que mantenha as promessas marcadas em sua reunião de Túnis.

A campanha conta entre seus promotores com organizações internacionais como uman Rights Watch (HRW), Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), Human Rights First e Repórteres Sem Fronteiras, além de numerosas entidades do Oriente Médio e do Norte da África.

O dia 15 de março marca um ano dos primeiros protestos por reformas democráticas nas principais cidades sírias com o lema 'Uma Síria sem tirania nem lei de emergência', que deram lugar à rebelião armada depois que regime do presidente Bashar al-Assad respondeu com repressão.

As negociações no Conselho de Segurança da ONU sobre um novo projeto de resolução de condenação a Assad estão paralisadas agora, até que seus membros conheçam na próxima sexta-feira as impressões de Annan sobre sua visita à Síria e suas reuniões com o presidente sírio.

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