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ONGs do mundo todo pedem novo adiamento da COP26

Segundo entidades, muitos participantes de países pobres não poderão ser vacinados a tempo contra a covid-19

 (UniversalImagesGroup/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de setembro de 2021 às 14h02.

Última atualização em 7 de setembro de 2021 às 15h25.

A Conferência do Clima da ONU (COP26) de Glasgow em novembro deve ser adiada, pois muitos participantes de países pobres não poderão ser vacinados a tempo contra a covid-19, pediu nesta terça-feira (7) a principal rede de ONGs ecologistas.

"A apenas dois meses do evento está evidente que uma conferência sobre o clima segura, inclusiva e justa é impossível", afirmou a Climate Action Network (CAN), que reúne quase 1.500 organizações, incluindo Greenpeace, WWF ou Action Aid.

A COP26 já foi adiada no ano passado por causa da covid-19. A princípio, o evento deve reunir milhares de autoridades, especialistas e ativistas em Glasgow, entre 31 de outubro e 12 de novembro.

"Uma COP presencial excluiria de fato vários delegados de governos, militantes e jornalistas, em particular dos países do Sul, incluindo muitos que estão na 'lista vermelha' da covid do Reino Unido", acrescenta o comunicado.

"A COP26 já foi adiada em um ano e sabemos muito bem que a mudança climática não tira férias", reagiu o presidente da COP26, Alok Sharma.

O governo britânico anunciou em junho que ajudaria na distribuição de vacinas para todos os participantes que apresentassem um pedido.

Londres explicou em um comunicado que todos os que fizeram a demanda receberão esta semana a primeira dose, mas não revelou números.

Todos trabalham para conseguir a realização da conferência, afirmou Sharma.

Caso os participantes sejam vacinados esta semana, eles receberão a segunda dose dentro de quatro semanas, o que permitirá a imunização dos delegados para o início da COP26, calcula o governo britânico.

Os participantes de países da lista vermelha que não tenham sido vacinados devem, a princípio, passar 10 dias em quarentena, enquanto os vacinados terão que permanecer isolados durante cinco dias.

O governo britânico afirmou que vai pagar pela quarentena em hotéis.

"Uma reunião de cúpula do clima sem as vozes dos mais afetados pela mudança climática não cumpre com seus objetivos", criticou Mohamed Adow, diretor do centro de análise Shfit Africa.

A ativista sueca contra a mudança climática Greta Thunberg havia ameaçado boicotar a COP de Glasgow pela falta de vacinas para todos os participantes, mas no fim de agosto reconsiderou a ideia e disse que compareceria ao evento.

Participação reduzida

A participação nas grandes reuniões internacionais é muito prejudicada pela pandemia de coronavírus.

O Congresso Mundial da Natureza de Marselha, que também foi adiado, acontece atualmente com um número de participantes muito reduzido e muitos debates virtuais.

Marselha esperava receber até 15.000 pessoas para o evento, que acontece a cada quatro anos. Porém, menos de 4.000 conseguiram viajar à cidade, admitiram as autoridades.

O congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) é também um evento importante para as organizações indígenas, que participam pela primeira vez em pé de igualdade com os Estados e as ONGs.

Menos de 20 indígenas viajaram ao evento, de acordo com fontes das organizações consultadas pela AFP.

Muitos ativistas da causa ecológica da América Latina não conseguiram viajar porque foram vacinados com fármacos que não são reconhecidos pela União Europeia, como a Sinovac chinesa.

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