Nicolás Maduro: no final de semana, o governo libertou 80 presos como parte das promessas do presidente por sua questionada reeleição (Marco Bello/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de junho de 2018 às 20h58.
Última atualização em 4 de junho de 2018 às 21h19.
Uma ONG de defesa dos direitos humanos denunciou nesta segunda-feira que apenas metade das 80 detentos libertados pelo governo venezuelano nos últimos dias eram "presos políticos".
"Saíram 38 presos políticos. Os demais são presos comuns", disse à AFP Gonzalo Himiob, diretor do Fórum Penal, que defende opositores detidos.
Segundo o advogado José Vicente Haro, no grupo há vários detentos que cometeram estelionato, sequestro e roubo, ou que faziam parte dos "colectivos" - grupos civis armados pelo governo.
"Inflaram os números para a comunidade internacional", afirmou Haro, que representa um dos libertados.
No final de semana, o governo libertou 80 presos como parte das promessas do presidente Nicolás Maduro por sua questionada reeleição em 20 de maio.
Entre os beneficiados pela medida estão o ex-prefeito Daniel Ceballos, o general aposentado Ángel Vivas e o suplente de deputado Gilber Caro.
Também foi beneficiado Raúl Emilio Baduel, filho do general preso Raúl Isaías Baduel, antigo aliado de Hugo Chávez e rebaixado por Maduro em março por suposta conspiração.
Os opositores libertados devem cumprir medidas cautelares que incluem a proibição de saída do país. Muitos ficam proibidos de falar com a imprensa.
A ONG Fórum Penal, que contabilizava 357 "presos políticos" antes dessas libertações, questiona que enquanto Maduro liberta alguns, outros são detidos
"Dissemos à comunidade internacional que esteja atenta a esse efeito porta giratória", declarou o diretor da ONG, Alfredo Romero, que denunciou que na última semana houve 22 detenções.