Desde o início do ano, já houve três assassinatos de jornalistas (Antonio Scorza/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 21h18.
Paris - A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou nesta terça-feira para a deterioração da situação da imprensa no Brasil, após o terceiro assassinato de jornalista no país neste ano.
Por meio de comunicado, a organização defensora da liberdade de imprensa disse que a morte de Paulo Roberto Cardoso, editor-chefe do 'Jornal da Praça' e diretor do site de notícias 'Mercosul News', atesta 'um início de ano particularmente duro para a imprensa, assediada por ameaças, agressões e destruições dos meios de comunicação'.
Cardoso foi assassinado na madrugada de segunda-feira, atingido por cinco dos 12 disparos efetuados a seu carro por dois motociclistas na cidade de Ponta Porã (MS), informou a RSF em seu comunicado.
Sua morte aconteceu um dia depois dos assassinatos de Mário Randolfo Marques Lopes, editor do site 'Vassouras na Net', e de sua esposa, em Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro. No dia 3 de janeiro, na Bahia, foi morto Laércio de Souza, locutor da 'Rádio Sucesso'.
Em 2011, cinco jornalistas foram assassinados no Brasil, segundo a RSF. Além disso, a organização reconhece outros casos de violência, como o incêndio dos escritórios de uma rádio comunitária na Bahia e de um jornal no Paraná; e as ameaças de um homem armado a Jorge Estevão, editor de um site que investiga questões de corrupção.
Em 2011, o Brasil ficou na 99ª posição do índice de liberdade de imprensa divulgado pela RSF, caindo 41 posições em relação ao ano anterior.
A RSF defende a implementação de programas para a proteção dos jornalistas no país, assim como a investigação de cada um dos assassinatos.