Mulher refugiada carrega pertences no Sudão do Sul: MSF relatou que, durante chuvas, 150 latrinas foram derrubadas e a água suja se misturou a da inundação (REUTERS/James Akena)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 13h17.
Genebra - A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou nesta quarta-feira a ONU de atuar de maneira "vergonhosa" com os milhares de deslocados que vivem nas bases das Nações Unidas no Sudão do Sul.
A MSF denunciou que funcionários da Missão de Assistência da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) se negaram a realizar ações para melhorar as condições de 21 mil pessoas que se encontram em uma região propensa às inundações, expostas a doenças transmissíveis pela água e a potenciais epidemias.
"Apesar do pedido de organizações humanitárias, a UNMISS não está atuando para aumentar as oportunidades (dos deslocados) de sobreviver", afirmou a MSF em um comunicado.
Segundo a organização, na base da ONU em Tomping, na capital Juba, vivem desde dezembro do ano passado milhares de pessoas que fugiram para salvar suas vidas e que agora sofrem com diarreia, doenças de pele e infecções respiratórias, casos que representam 60% das enfermidades tratadas pelos médicos da MSF.
A organização lamentou que, após vários atrasos na abertura de um acampamento alternativo, agora esta opção é "ilusória", e ao mesmo tempo a ONU se negou a utilizar temporariamente terrenos disponíveis dentro de sua própria base, que estariam mais adaptados para os deslocados.
A coordenadora de emergências da MSF, Carolina López, relatou que, quando se registraram as primeiras chuvas, 150 latrinas foram derrubadas e a água suja se misturou a da inundação.
López advertiu que as chuvas são cada vez mais frequentes e torrenciais, e se nada for feito as "consequências serão terríveis".