Palestino segura bandeira em protesto contra exército israelense na Cisjordânia: um novo ataque com faca foi registrado nesta quarta-feira quando uma mulher provocou ferimentos leves em um judeu na cidade antiga de Jerusalém, antes que a vítima atirasse, ferindo-a gravemente (Reuters / Mohamad Torokman)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2015 às 13h06.
Uma nova onda de violência abalava nesta quarta-feira Israel e Cisjordânia, obrigando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a adiar uma visita à Alemanha, apesar dos apelos das autoridades israelenses e palestinas a evitar uma escalada.
Este surto de violência gera nos últimos dias comparações com as intifadas de 1997 e 2000, e aumenta os temores de uma terceira revolta deste tipo.
Um novo ataque com faca foi registrado nesta quarta-feira quando uma mulher provocou ferimentos leves em um judeu na cidade antiga de Jerusalém, antes que a vítima atirasse, ferindo-a gravemente.
É o segundo ataque com faca desde sábado contra judeus na cidade antiga situada em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade anexada e ocupada por Israel.
Também nesta quarta-feira, no centro de Israel a polícia matou um árabe que havia ferido com uma faca um soldado israelense e havia se apoderado de sua arma. Pouco antes, um jovem palestino foi gravemente ferido por disparos de colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, indicaram à AFP testemunhas e o Crescente Vermelho.
Por sua vez, durante confrontos em Ramallah (Cisjordânia) atiradores infiltrados entre pessoas que lançavam pedras feriram três palestinos, um deles gravemente. Os feridos foram levados posteriormente pelo exército israelense em um veículo militar.
Durante estes confrontos, quatro homens mascarados, um deles com uma bandeira do Hamas, atiravam pedras. De repente, se separaram do grupo de jovens, sacaram pistolas e dispararam contra vários deles.
Os palestinos costumam acusar Israel de enviar às manifestações membros de suas forças de segurança que falam árabe, disfarçados de manifestantes, para realizar prisões.
Visita adiada
Neste contexto, Netanyahu adiou sua visita prevista para quinta-feira na Alemanha "devido à situação da segurança", indicou à AFP um responsável, referindo-se a esta multiplicação de ataques e de confrontos entre palestinos, forças de segurança e colonos israelenses em Jerusalém Oriental e nos territórios ocupados.
Autoridades de segurança de ambas as partes se reuniram na noite de terça-feira depois que o presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que não deseja uma escalada de violência com Israel.
O assassinato na semana passada de um casal de colonos em uma estrada na qual circulavam com seus filhos marcou o início da onda de violência.
Isso provocou a indignação de grande parte dos 400.000 colonos judeus que coexistem com dificuldade com os 2,8 milhões de palestinos da Cisjordânia.
Em uma medida para acalmar os ânimos, a polícia israelense anunciou na terça-feira o levantamento das restrições de acesso dos muçulmanos à Esplanada das Mesquitas, impostas dois dias antes, após a morte de dois israelenses por um palestino.
Também na terça-feira, ao menos duas casas pertencentes às famílias de dois palestinos autores de ataques foram destruídas em Jerusalém Oriental.
Estas casas foram destruídas depois que Netanyahu anunciou a aceleração das demolições punitivas e uma linha dura diante da onda de violência que atinge a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que aproxima cada vez mais o fantasma de uma terceira intifada.
Quatro israelenses e cinco palestinos morreram desde quinta-feira. Centenas de palestinos ficaram feridos nestes confrontos entre jovens lançadores de pedras e soldados ou policiais israelenses, que com cada vez mais frequência respondem com balas reais.