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Onda de saques atinge cidades da Venezuela após dias sem eletricidade

Sem energia a cinco dias, algumas cidades do estado de Zulia registraram saques de grupos violentos

Sem energia, cidades na Venezuela enfrentam onda de saques (Twitter/Reprodução)

Sem energia, cidades na Venezuela enfrentam onda de saques (Twitter/Reprodução)

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EFE

Publicado em 12 de março de 2019 às 11h19.

Caracas — Dezenas de comércios na cidade de Maracaibo, capital do estado venezuelano de Zulia, foram saqueados nas últimas horas em meio à crise elétrica nesta região rica em petróleo e que está sem luz há cinco dias, informaram testemunhas à Agência Efe.

Os saques começaram no domingo e se estenderam até a noite de segunda-feira em várias áreas da cidade, na qual vivem cerca de 2 milhões de pessoas.

Grupos violentos invadiram padarias, supermercados, lojas de eletrodomésticos, sapatarias, joalherias, shoppings e comércios de todo tipo e saíram levando tudo o que conseguiam carregar.

Várias testemunhas consultadas pela Efe afirmam que os saqueadores atuaram em grupo e, em algumas ocasiões, entraram em confronto com membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) sem que até agora haja um balanço oficial de feridos e detidos.

Estas fontes dão conta de pelo menos 20 estabelecimentos que terminaram saqueados, em alguns dos quais até a mobília foi roubada.

Através das redes sociais circulam várias fotografias e vídeos que mostram o alcance desta onda de saques cujos prejuízos, até o momento, não foram calculados.

A principal patronal da Venezuela, Fedecámaras, indicou via Twitter que o setor econômico de Zulia amanheceu "destroçado por ações de vândalos que só ajudam a aumentar a crise econômica com mais escassez".

A situação se estendeu até cidade de San Francisco, no mesmo estado, onde vivem mais de 500 mil pessoas, e incluiu o roubo de telefones celulares, ferramentas vários tipos e aparelhos elétricos, segundo a patronal.

O prefeito de Maracaibo, o chavista Willy Casanova, declarou ontem ao canal estatal que a cidade "está em paz", apesar de os cidadãos enfrentarem "os problemas gerados por esta situação elétrica".

"Criminosos aproveitaram estes casos para tentar gerar alterações da ordem pública e atos terroristas", apontou o prefeito.

O serviço elétrico em Zulia começou a ser restabelecido na noite de segunda-feira, depois de mais de 100 horas contínuas sem luz e até agora boa parte de Maracaibo continua às escuras.

Segundo o governo de Nicolás Maduro, o blecaute que atinge grande parte da Venezuela se deve a um ataque cibernético cometido pelos Estados Unidos e opositores locais.

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