Névoa sobe do rio Elba, parcialmente congelado, com a cidade de Dresden, leste da Alemanha, ao fundo (Robert Michael/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 09h07.
Kiev - A onda de frio siberiano que atinge a Europa há cerca de dez dias causou novas vítimas que elevam o registro de mortos por hipotermia a por volta de 360, sem contar com as mortes causadas por acidentes em estradas, por aquecedores defeituosos ou inundações pelo derretimento da neve.
O leste do continente pagou o preço mais alto nas últimas 24 horas, com nove mortos pelo frio na Polônia, segundo a polícia, fazendo o número chegar a 62 desde 27 de janeiro.
A maioria das vítimas era de sem-teto ou estava embriagada. Também houve vários incêndios e intoxicações por monóxido de carbono, devido a aquecedores em mau estado.
Na Ucrânia, 135 pessoas morreram desde que começou a onda de frio, quatro delas no domingo, informou o ministério de situações de emergência.
O diretor do departamento de resgate do ministério, Grigori Martchenko, informou que desde 27 de janeiro, 85.000 pessoas se dirigiram aos 3.300 postos de assistência onde podem se aquecer e comer comida quente.
Na Lituânia, doze pessoas morreram de frio durante o fim de semana, aumentando para 23 o número de vítimas fatais, informou nesta segunda-feira o serviço de socorro.
Os últimos números disponíveis davam conta de pelo menos 10 mortos na Letônia e um na Estônia.
Na República Tcheca, a onda de frio deixou pelo menos 23 mortos. Na Eslováquia foi registrado pelo menos um.
Na Bulgária, oito pessoas morreram afogadas na segunda-feira em inundações provocadas pelo derretimento da neve no sul do país, perto da fronteira com a Turquia.
Para os próximos dias, a Bulgária prevê importantes tempestades de neve e temperaturas de até 17 graus Celsius negativos. Dez pessoas morreram por causa do frio no fim de janeiro.
Na Hungria, doze pessoas morreram nos últimos três dias, anunciaram nesta segunda-feira as autoridades em Budapeste.
Na Romênia, o número de pessoas afetadas pela onda de frio chegou na segunda-feira a 36 mortos, segundo o Ministério da Saúde. O ministério da Educação anunciou que as escolas ficarão fechadas na terça e na quarta-feira em onze departamentos (estados) e em Bucareste.
Nos Bálcãs, o número de mortos chegou a 18 nesta segunda-feira: dez na Sériva, três na Croácia, três na Bósnia, um em Montenegro e um na Macedônia.
A Sérvia decretou na noite de domingo "situação de emergência" por causa do frio e da nave. Setenta mil sérvios de povoados isolados estavam isolados do mundo e 5.000 km de estradas permaneciam fechados.
Na Itália, o balanço era de 21 mortos nesta segunda. As temperaturas continuavam muito baixas no norte, registrando 10 graus Celsius negativos em Milão, enquanto a neve caiu nos arredores de Nápoles, no sul.
Esta tarde, 29 mil lares estavam sem eletricidade, quase todos na região de Roma, onde foi decretado estado de catástrofe natural e o alerta meteorológico foi mantido até a sexta-feira.
O fantasma de um grave apagão elétrico pairava nesta segunda-feira sobre a França, especialmente no sudeste mediterrâneo e na Bretanha (oeste). O número de mortos pela onda de frio no país era de quatro pessoas.
A Suíça registrou na noite de domingo um novo recorde de frio para este ano, com temperatura de 35,1°C negativos em Samedan, no cantão de Grisons, no leste do país, segundo o serviço meteorológico nacional.
O frio na Suíça causou transtornos no tráfego ferroviário. As linhas de trem ficaram bloqueadas e tiveram que ser esquentadas com aquecedores, o que provocou vários atrasos.
Na Grã-Bretanha, o tráfego aéreo voltou quase à normalidade em Heathrow, principal aeroporto europeu, onde a neve causou o cancelamento de quase a metade dos 1.300 voos previstos no domingo.
A onda de frio também chegou ao norte da África. Na Argélia, a neve e o mau tempo provocaram desde a sexta-feira a morte de 19 pessoas.
Na Tunísia foram registradas nevascas no noroeste e nas regiões do Interior, isolando povoados e interrompendo estradas, mas não houve vítimas.