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OMS volta a avaliar nesta quinta se declara coronavírus emergência global

Novo coronavírus deixou mais de 130 mortos na China e há suspeitas de infecções em 15 países

Coronavírus: atualmente há mais de 6 mil casos suspeitos em todo mundo (cnsphoto/Reuters)

Coronavírus: atualmente há mais de 6 mil casos suspeitos em todo mundo (cnsphoto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 18h33.

Última atualização em 29 de janeiro de 2020 às 18h35.

Pequim/Genebra — Governos estrangeiros retiraram seus cidadãos do epicentro do surto do coronavírus na China nesta quarta-feira, enquanto o número de mortos pela doença saltou para 133 e a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou "grave preocupação" sobre a contaminação de pessoa para pessoa em três outros países.

A OMS afirmou que seu Comitê de Emergência se reuniria novamente a portas fechadas na quinta-feira para decidir se a rápida propagação do novo vírus a partir da China constitui agora uma emergência global.

"Nos últimos dias o progresso do vírus, especialmente em alguns países, especialmente na transmissão de humano para humano, nos preocupa", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra, citando Alemanha, Vietnã e Japão como os países que registraram transmissão de pessoa a pessoa.

"Embora os números fora da China ainda sejam relativamente pequenos, eles possuem o potencial para um surto muito maior."

Foram registrados 6.065 casos do vírus análogo ao da gripe em 15 países pelo mundo --todos, exceto cerca de 70, na China-- de acordo com os últimos números da OMS. Todas as mortes até agora aconteceram na China, onde a Comissão Nacional de Saúde informou 132 fatalidades até o final da terça-feira. Mais uma morte foi reportada na província de Sichuan na quarta-feira.

A situação permanece "sombria e complexa", disse o presidente chinês, Xi Jinping, que na terça-feira havia prometido derrotar o vírus "demoníaco". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ter falado com Xi e seu governo e que estava trabalhando de perto com a China para conter o surto.

Algumas grandes companhias aéreas suspenderam voos para a China, e um importante economista previu um grande impacto do surto do vírus no crescimento econômico do país.

O painel da OMS composto por 16 especialistas independentes recusou duas vezes na semana passada declarar a situação como emergência internacional, mas irá reavaliar a situação novamente na quinta-feira.

"Estamos em uma conjuntura importante neste episódio. Acreditamos que essas cadeias de transmissão ainda possam ser interrompidas", disse Mike Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS.

Ryan também elogiou a resposta da China ao surto do coronavírus: "Estão tomando medidas extraordinárias diante de um desafio extraordinário".

Em muitas das cidades chinesas, as ruas estavam quase completamente desertas. Atrações turísticas estão fechadas e lojas da rede de cafés Starbucks exigiam que as pessoas medissem suas temperaturas e usassem máscaras.

"É a minha primeira viagem à Ásia, me sinto muito azarada", disse a turista brasileira Amanda Lee, de 23 anos, que estava encurtando sua viagem. "Eu não consegui ver os lugares que gostaria, como a Grande Muralha."

Quase todas as mortes até agora aconteceram na província central de Hubei, que abriga população de cerca de 60 milhões de pessoas e se encontra agora virtualmente isolada. O vírus surgiu no mês passado em um mercado de animais selvagens em Wuhan, capital da província.

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