OMS: Kerkhove evitou atribuir a segunda onda de covid-19 na Europa à mutação agora confirmada pelo governo britânico (./Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 15h12.
Última atualização em 22 de dezembro de 2020 às 15h45.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda investiga detalhes sobre a mutação do novo coronavírus, confirmada neste fim de semana pelo Reino Unido, com transmissibilidade 70% maior. "Estamos buscando informações. Haverá detalhes em torno da variante nas próximas semanas", disse em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 21, a epidemiologista do Programa de Emergência em Saúde da OMS, Maria van Kerkhove.
Por outro lado, a especialista destacou que não há indicações de mudança na forma de contágio da mutação e, por isso, os atuais protocolos de prevenção devem ser mantidos -- e até mesmo ampliados. "Faça o que puder para se manter seguro."
Kerkhove evitou atribuir a segunda onda de covid-19 na Europa à mutação agora confirmada pelo governo britânico. "Pode ser a variante, mas também os fatores comportamentais", afirmou, em referência ao relaxamento de medidas preventivas por parte da população. Por isso, a epidemiologista defendeu o aperto de restrições no Reino Unido. "Elas são necessárias neste momento." Entre ontem e hoje, mais de dez países já suspenderam voos com origem na Grã-Bretanha, incluindo Itália, Áustria e Bélgica.
O diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mark Ryan, por sua vez, fez questão de ressaltar na coletiva de imprensa que a mutação do coronavírus pode ser ainda "mais eficiente" -- fator informado por autoridades de saúde do Reino Unido --, e pode ter impacto significativo nos números de infectados. Até o momento, contudo, Ryan ressaltou, não há informações de que a mutação cause aumento da mortalidade entre os contaminados.