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OMS faz relatório que ajuda médicos a detectar microcefalia

O relatório reunirá as diferentes causas que podem provocar a microcefalia e incluirá estatísticas da circunferência do crânio


	Sueli Maria segrua sua filha que tem microcefalia, em Recife: "É muito importante ter diretrizes sobre as diferentes causas da microcefalia", enfatizou a porta-voz
 (REUTERS / Ueslei Marcelino)

Sueli Maria segrua sua filha que tem microcefalia, em Recife: "É muito importante ter diretrizes sobre as diferentes causas da microcefalia", enfatizou a porta-voz (REUTERS / Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 12h01.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) prepara um documento científico para ajudar os médicos a determinar se um recém-nascido tem microcefalia e, nesse caso, poder vincular ou descartar a presença do vírus do zika.

O relatório reunirá as diferentes causas que podem provocar a microcefalia e incluirá estatísticas da circunferência do crânio.

"É muito importante que os profissionais de saúde possam saber como medir a cabeça de uma criança e declarar no final que é um caso de microcefalia ou que se trata simplesmente de um bebê prematuro", disse hoje em entrevista coletiva Fadéla Chaib, porta-voz da OMS.

"A ideia é que o médico possa fazer uma análise completa, incluindo a gravidez, para poder determinar se a microcefalia detectada está ligada ao zika ou a outros fatores", acrescentou.

Chaib lembrou que a microcefalia pode ser causada por algo tão anódino como o consumo de álcool durante a gravidez, a exposição a químicos pela gestante e até a desnutrição.

"É muito importante ter diretrizes sobre as diferentes causas da microcefalia", enfatizou a porta-voz.

Chaib lembrou que é essencial fazer um bom diagnóstico porque uma criança prematura pode ter um desenvolvimento totalmente normal no futuro, enquanto a que tem microcefalia tem muito mais possibilidades de transtornos neurológicos significativos.

A porta-voz indicou que o documento - ainda em preparação e sem data de publicação - terá uma série de diretrizes de como fazer uma análise profunda para chegar a um diagnóstico claro.

Além disso, incluirá variáveis no tamanho da cabeça, como ser menino ou menina, a origem e a constituição dos pais.

"Há uma necessidade de ter uma estandaritização, em diferentes países, em diferentes culturas, que leve em conta a diferença entre crianças de diferentes regiões", especificou.

No total, a OMS está preparando quatro documentos para ajudar os sistemas de saúde dos países mais afetados pelos surtos de zika.

Um segundo documento versará sobre como lidar com a gravidez caso haja infecção pelo zika, e um terceiro texto se centrará no apoio psicossocial às famílias com um bebê com microcefalia e outros transtornos neurológicos.

Além disso, a OMS está preparando um quarto documento, que incluirá tudo o que se sabe sobre a síndrome de Guillain-Barre e sua relação com o zika.

"Sabemos muito pouco sobre esta síndrome e na OMS temos um especialista que está elaborando um relatório que falará sobre a relação entre a síndrome e o vírus".

Até o momento a OMS reportou uma associação entre a existência do zika e o aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barre em Polinésia Francesa, Brasil, El Salvador, Martinica, Colômbia, Suriname, Venezuela e Honduras.

Já com a microcefalia, a relação foi detectada no Brasil e na Polinésia francesa. E vírus foi encontrado em 48 países do mundo.

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