Mundo

OMS diz que epidemia de ebola foi "subestimada"

Diante desta situação, a OMS coordena uma ampliação massiva da resposta internacional, por meio da ajuda de diversos países e de órgãos das Nações Unidas


	Ebola: Libéria confirmou que país recebeu o soro experimental americano ZMapp
 (REUTERS/Tommy Trenchard)

Ebola: Libéria confirmou que país recebeu o soro experimental americano ZMapp (REUTERS/Tommy Trenchard)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 07h53.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou nesta quinta-feira, em Genebra, que a amplitude da atual epidemia de ebola no oeste da África foi "amplamente subestimada".

"O pessoal presente nas zonas de epidemia apresentou provas que revelam que os casos e os óbitos foram amplamente subestimados", destaca o comunicado da OMS.

"A epidemia do vírus ebola no oeste da África continua crescendo e já apresenta 1.975 casos, com 1.069 óbitos na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa".

Diante desta situação, "a OMS coordena uma ampliação massiva da resposta internacional, por meio da ajuda de diversos países, das agências de controle de doenças e dos órgãos pertinentes das Nações Unidas".

"Antecipando que a epidemia vai durar um certo tempo, o plano operacional de resposta da OMS se estenderá pelos próximos meses", assinala o comunicado.

A atual epidemia de ebola, a mais grave desde o surgimento desta febre hemorrágica, em 1976, já matou 377 pessoas na Guiné, 355 na Libéria, 334 em Serra Leoa e três na Nigéria.

Os quatro países se encontravam em estado de emergência sanitária nesta quinta-feira para tentar frear a propagação do vírus.

Diante do avanço da febre hemorrágica, a Libéria, que recebeu doses de um soro experimental americano para tratar dois médicos, começou a fazer obras para ampliar o único centro de tratamento da capital.

"Temos de ampliar este local porque a cada dia chega mais gente", declarou à AFP Nathaniel Dovillie, que dirige esse centro.

Além do centro de Monróvia, a Libéria só tem outro centro em Foya, na província de Lofa, uma das três regiões do país postas em quarentena.

O vice-ministro liberiano da Saúde, Tolbert Nyensuah, confirmou à AFP que o país recebeu o soro experimental americano ZMapp.

Este soro, que teve resultados positivos em dois americanos contaminados no país, mas que não conseguiu salvar um padre espanhol morto na terça-feira após ser repatriado para Madri, será administrado unicamente em dois médicos liberianos.

Na última terça-feira, 12 de agosto, a OMS autorizou tratamentos experimentais desse tipo.

A Guiné foi o último a decretar, na noite de quarta-feira, "urgência sanitária nacional" por causa dessa febre hemorrágica.

Em consequência desta urgência, implanta-se "um cordão sanitário, mantido pelos agentes de saúde e pelos serviços de segurança e de defesa em todos os pontos fronteiriços de acesso à Guiné", ficam restritos os movimentos de pessoas e se reforçam os controles sanitários em diferentes pontos de passagem.

Também se proíbe transportar cadáveres "de uma localidade para outra até o fim da epidemia" e se decreta a tomada de amostras e a hospitalização sistemática "em todos os casos suspeitos" até contar com os resultados dos exames.

No âmbito econômico, segundo a agência classificadora de risco Moody's, "a epidemia pode ter um efeito financeiro direto nos orçamentos do governo, por meio de um aumento dos gastos de saúde que pode ser importante".

A Libéria, onde mais de 300 pessoas morreram, gastou US$ 12 milhões para combater o ebola entre abril e junho, e a expectativa é de queda no crescimento econômico do país.

Segundo a Moody's, em Serra Leoa não será possível repetir "o índice de crescimento recorde de 16% em 2013".

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasOMS (Organização Mundial da Saúde)

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país