Angola: a reunião foi convocada para ressaltar a gravidade do surto e para enfatizar mais uma vez a necessidade de vacinação em massa contra essa doença viral (©AFP / Rodger Bosch/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 15h43.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai realizar uma reunião de emergência na quinta-feira sobre o surto de febre amarela que atinge principalmente a Angola, mas corre o risco de se espalhar para outros países se a oferta de vacinas não aumentar.
Essas reuniões da agência das Nações Unidas geralmente são realizadas antes da declaração de uma emergência internacional de saúde, como aconteceu em meio ao surto de ebola na África Ocidental e ao aumento repentino de distúrbios neurológicos ligados à propagação do zika vírus nas Américas.
O porta-voz da OMS Tarik Jasarevic disse à AFP que a reunião havia sido convocada para ressaltar a gravidade do surto de febre amarela e para enfatizar mais uma vez a necessidade de vacinação em massa contra essa doença viral.
Em 12 de maio, Angola havia registrado 2.267 casos suspeitos de febre amarela e 293 mortes, em um surto que começou em dezembro e se concentra principalmente na capital, Luanda.
A República Democrática do Congo registou 44 casos suspeitos, relacionados tanto a um surto local como a pacientes que contraíram o vírus na vizinha Angola.
Na China, os exames de onze pessoas deram positivo para febre amarela após elas terem viajado para Angola, o que mostra "o risco de propagação internacional através de viajantes não imunizados", segundo a OMS.
Vários casos também foram registrados em Uganda.
O percentual de pessoas vacinadas contra a febre amarela continua sendo baixo em muitas partes da África, apesar de a vacina ser quase 100% eficaz e relativamente barata.
A OMS enviou 11,7 milhões de doses para Angola e há planos de vacinar 2,2 milhões de pessoas na República Democrática do Congo.
A OMS se comprometeu, ainda, a reforçar os seus sistemas de respostas de emergência, depois de ter recebido críticas em relação ao surto de ebola, com muitos especialistas dizendo que a agência da ONU demorou tempo demais para lançar um alerta global.