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OMS classifica coronavírus como "inimigo público número um"

A organização ressaltou que a primeira vacina para o vírus que já deixou mais de mil mortos na China deve levar ainda 18 meses para ficar pronta

China: país é o epicentro do novo vírus que já tem mais de 40 mil casos identificados (China Daily via/Reuters)

China: país é o epicentro do novo vírus que já tem mais de 40 mil casos identificados (China Daily via/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 20h51.

A epidemia de coronavírus na China pode terminar até o mês de abril, afirmou o principal conselheiro de Saúde do país nesta terça-feira, mas as mortes por causa da doença ultrapassaram o número de mil e a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para uma ameaça global potencialmente pior que o terrorismo.

O mundo deve "acordar e considerar esse vírus inimigo como o inimigo público número um", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a jornalistas, acrescentando que a primeira vacina para o vírus deve levar ainda 18 meses para ficar pronta.

Enquanto a epidemia assola a segunda maior economia do mundo, empresas chinesas tinham dificuldades para voltar ao trabalho após o feriado estendido do Ano Novo Lunar, centenas delas anunciaram que irão precisar de empréstimos que chegarão aos bilhões de dólares para continuarem em operação.

Empresas estavam começando a fazer demissões apesar das garantias do presidente chinês, Xi Jinping, de que os cortes generalizados seriam evitados após as cadeias produtivas de montadoras automobilísticas e fabricantes de smartphones serem interrompidas.

O principal conselheiro médico da China na epidemia, Zhong Nanshan, disse que os números de novos casos estavam em queda em algumas províncias e previu que a epidemia chegaria ao auge neste mês.

"Espero que este surto ou evento esteja no fim em algum momento em abril", disse à Reuters Zhong, 83, um epidemiologista que desempenhou um papel no combate à epidemia da Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) em 2003.

A província chinesa de Hubei, epicentro de um surto de coronavírus, registrou 1.638 novos casos e 94 novas mortes na terça-feira, informou a autoridade de saúde local na quarta-feira (horário local).

Antes desses dados, a OMS havia informado na terça-feira que 1.017 pessoas haviam morrido na China, onde foram registrados 42.708 casos.

Apenas 319 casos foram confirmados em 24 outros países e territórios fora da China continental, com duas mortes: uma em Hong Kong e a outra nas Filipinas.

Os mercados globais, que viram inúmeras rodadas de vendas por conta do impacto do coronavírus na economia chinesa e seus efeitos decorrentes pelo mundo, tiveram altas recordes após os comentários de Zhong.

Estatísticas da China indicam que cerca de 2% das pessoas infectadas com o novo vírus morreram, e muitas delas tinham condições médicas pré-existentes ou eram idosas. Mas a propagação do vírus, que causa febre, tosse e dificuldades respiratórias, já causou distúrbios generalizados.

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que a economia chinesa deverá "desacelerar visivelmente" no primeiro trimestre e que qualquer um que esteja precificando ativos agora deveria considerar o risco de que a epidemia pode piorar.

Mas o presidente do banco central britânico, Mark Carney, afirmou que a repercussão financeira da epidemia parecia controlável, embora ainda fosse cedo para julgar o impacto econômico.

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