Os novos fármacos para o tratamento de câncer foram sugeridos por um estudo feito por 90 médicos do mundo inteiro (Reprodução/YouTube)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2015 às 16h57.
Rio de Janeiro - A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste mês a inclusão de 16 novos medicamentos para tratar o câncer na Lista-Modelo de Medicamentos Essenciais para Adultos (EML) e Crianças (eMLC).
Agora a organização considera como prioritários para o tratamento oncológico um total 46 fármacos, que devem ser oferecidos no sistema público de todos os países.
Os novos fármacos foram sugeridos à organização por um estudo feito por 90 médicos espalhados pelo mundo.
Um dos colíderes da força-tarefa do estudo, Gilberto Lopes, do Centro Paulista de Oncologia do Grupo Oncoclínicas do Brasil, ressaltou que esta foi a maior inclusão de medicamentos desde a criação da lista, em 1977.
“Ficamos muito contentes que a OMS aprovou 16 das 22 drogas que sugerimos. Elas têm impacto significativo na sobrevida e, muitas vezes, na qualidade de vida dos pacientes”, informou Lopes.
“Ela inclui alguns medicamentos que já são genéricos, mas também de alguns de alto custo, como o trastuzumab, o imatinib e o rituximab, que são usados para tratamento de câncer de mama, mieloide crônica e linfoma, respectivamente”.
O oncologista lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vários dos medicamentos recém incluídos na lista, mas alguns são restritos a tratamentos específicos.
Ele citou, como exemplo, o trastuzumab que.está aprovado no SUS somente para o tratamento adjuvante, que é posterior à cirurgia, para prevenir que a doença volte.
“A lista da OMS agora também inclui a droga para o tratamento de pacientes com a doença mais avançada, metastática, para que elas vivam melhor e por mais tempo. Essa é uma das novidades da lista deste ano, incluímos não só os remédios, mas também as indicações para as quais eles são considerados essenciais”, declarou.
Lopes comemorou também o fato de a OMS ter sinalizado que a atualização da lista-modelo passará a ser anual ou bienal.
“A última revisão ocorreu há mais de uma década, mas conseguimos chegar a um acordo de que essas revisões devem ser periódicas e não só quando há pressão muito grande de pacientes e médicos. Assim, poderemos tentar incluir na próxima revisão alguns medicamentos que consideramos muito importantes, mas que não estão na lista”, disse.