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OMS alerta para surto mais mortal que covid-19 enquanto China se prepara para maior onda da doença

De acordo com o diretor-geral da OMS, "a ameaça de outro patógeno emergente com potencial ainda mais mortal permanece"

Coronavírus: a OMS pede ampliação da vacinação em todo o mundo (Royalty-free/Getty Images)

Coronavírus: a OMS pede ampliação da vacinação em todo o mundo (Royalty-free/Getty Images)

Publicado em 26 de maio de 2023 às 14h38.

Última atualização em 29 de maio de 2023 às 18h21.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, faz um alerta nesta semana para a possibilidade de um novo surto ainda mais mortal que a covid-19. "Permanece a ameaça do surgimento de outra variante da covid-19 que cause novos surtos de doenças e mortes. E a ameaça de outro patógeno emergente com potencial ainda mais mortal permanece", disse ele durante a 76ª Assembleia Mundial de Saúde (AMS), que começou no dia 21 e vai até 30 de maio.

Mesmo com as melhoras significativas em relação ao controle do coronavírus, Adhanom destacou que o vírus não é a única forma de colocar a humanidade em risco. "As pandemias estão longe de ser a única ameaça que enfrentamos. Em um mundo de crises sobrepostas e convergentes, uma arquitetura eficaz para preparação e resposta a emergências de saúde deve abordar emergências de todos os tipos".

Os debates da AMS se concentrarão no fortalecimento da preparação e resposta a emergências de saúde, bem como na saúde de mulheres, crianças e adolescentes; cobertura universal de saúde e atenção primária à saúde; medicina tradicional; prevenção e controle de infecções; saúde dos migrantes; doenças não transmissíveis; e saúde mental.

China se prepara para nova onda de covid-19

Embora o diretor-geral da OMS alerte para um surto mais mortal que o da covid-19, a doença ainda preocupa autoridades de outros países. China, por exemplo, está enfrentando uma nova onda de infecções causada pela covid-19 que pode chegar a 65 milhões de casos por semana. O aumento ocorre quase seis meses depois que o país acabou com a política de tolerância zero à doença, que incluía quarentenas severas e testes em massas.

A variante da ômicron, XBB, alimentou o ressurgimento da doença no país. Enquanto isso, o governo chinês tem resposta moderada diante do surto, já que desde o fim de sua política anti-covid, Pequim tenta reativar sua economia e voltar os negócios com os EUA e países estrangeiros.

Custos com a pandemia de covid-19

Os dois primeiros anos da pandemia de covid-19 custaram quase 337 milhões de anos de vida, provocando a morte prematura de milhões de pessoas, segundo a OMS. Só em 2020 e 2021, a covid causou a perda de 336,8 milhões de anos de vida em todo o mundo. "É como perder 22 anos de vida para cada morte a mais", disse Samira Asma, chefe adjunta de dados e análises da OMS.

O cálculo é baseado em dados disponíveis em 2022. Desde então, o número de mortos por covid-19 continuou subindo, embora em um ritmo mais lento. A OMS decidiu, portanto, suspender recentemente o nível máximo de alerta sanitário, embora tenha alertado que a doença não desapareceu depois de mais de três anos de pandemia.

O balanço oficial de mortes atribuídas à doença é atualmente de 6,9 milhões de pessoas, mas inúmeros países não forneceram dados confiáveis à OMS, que estima que a pandemia causou quase o triplo de vítimas nesses três anos, ou seja, pelo menos 20 milhões de mortos.

Para isso, baseia-se no cálculo da sobremortalidade, que é a diferença entre o número real de mortes e o número estimado de óbitos em tempos normais. 

As 20 milhões de vítimas mencionadas pela OMS incluem as mortes diretas por coronavírus e também as mortes devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde.

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Vacinação no Brasil

Desde o dia 8 de maio, o Brasil aplica a vacina bivalente contra a covid-19 para toda a população acima de 18 anos. Em São Paulo, o imunizante está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h, e em AMAs/UBS Integradas, que atendem das 7h às 19h, inclusive aos sábados e feriados.

Onde se vacinar em SP

469 Unidades Básicas de Saúde (UBS)
Funcionamento: de segunda a sexta-feira.
Horário: das 7h às 19h.
Veja aqui a lista com os endereços das unidades básicas de saúde (UBS)
Os endereços das UBS também podem ser acessados pela ferramenta Busca Saúde.

AMA/UBS Integradas
Funcionamento: 7h às 19h, inclusive aos sábados e feriados.
Veja aqui a lista com os endereços das AMA/UBS Integradas

O que é a vacina bivalente?

Assim como a da gripe, outras vacinas recebem uma atualização para contemplar uma proteção sobre novas variantes que surgem ao longo do tempo. O imunizante aplicado nesta nova etapa é bivalente, ou seja, protege contra mais de uma cepa do vírus. Para isso, é usada a tecnologia do mRNA com dois códigos genéticos. No caso da Pfizer, está sendo usado o código da cepa original do coronavírus e o da variante ômicron, que é a predominante nas infecções recentes no mundo todo.

Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que isso não significa que as chamadas monovalentes não funcionem. Segundo o especialista, as vacinas já aplicadas conferem uma proteção significativa contra o coronavírus na casa dos 80%. Pesquisas mostram que a variante ômicron tende a diminuir este valor e conseguir passar pela barreira do corpo e infectar. Apesar disso, os imunizantes atuais conseguem proteger contra os casos graves e mortes, mesmo com as novas variantes.

(Com AFP e Estadão Conteúdo)

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