Mundo

OMC: UE deve eliminar estímulo quando financiar recuperação

Organização pede que o apoio dado não venha a impedir ajustes e reestruturação de longo prazo nos setores beneficiados

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2011 às 13h04.

Genebra - A Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu nesta quarta-feira aos países da União Europeia (UE) a "eliminar gradualmente as ajudas relacionadas com a crise, uma vez que a recuperação econômica tenha sido financiada" de maneira global.

"Desse modo se evitará que as medidas de apoio impeçam o ajuste e a reestruturação a longo prazo nos setores beneficiados", afirmou a OMC no resumo de seu último exame das políticas e práticas comerciais da União Europeia.

Trata-se do décimo exame destas características, que continuará até sexta-feira em Genebra sobre a base dos relatórios apresentados pela secretaria da OMC e da União Europeia.

A OMC lembrou que muitos Estados-membros da UE intervieram para ajudar as empresas nacionais afetadas pela crise econômica e que estas práticas "se orientaram basicamente ao setor financeiro, com objetivo de evitar as consequências sistêmicas de uma crise financeira em grande escala" nos mercados internacionais.

As ajudas, destacou o organismo internacional, foram extensivas a outros setores, como os do automóvel, a construção e o turismo, que "receberam também ajudas consideráveis".

A OMC indicou que parte dessas ajudas se concederam durante os programas aprovados pela Comissão Europeia -"aumentando assim a transparência e contribuindo para reduzir ao mínimo as distorções no mercado da UE"- e admitiu sua oportunidade, inclusive no momento atual, no qual a recuperação é débil.


"É importante que se mantenham as iniciativas em curso em nível da UE para eliminar gradualmente as ajudas relacionadas com a crise, uma vez que a recuperação econômica tenha sido financiado", argumentou a OMC em seu exame, o primeiro desde abril de 2009.

Então, a UE "atravessava uma profunda recessão", assinalou a OMC, que destacou que apesar das pressões em favor de um maior protecionismo, os países da União mantiveram "a abertura e transparência globais de seu regime de comércio e investimento".

"Dada à posição de vanguarda da UE como um dos principais interlocutores comerciais do mundo, sua decisão de não endurecer as restrições à importação em resposta à crise teve um efeito estabilizador no sistema multilateral de comércio", se acrescentou no exame das políticas.

No entanto, acrescentou a OMC, "seguem em vigor há muito tempo alguns obstáculos ao acesso aos mercados e outras medidas que causam distorção na concorrência internacional".

Neste sentido, indicou que "a UE tem especial interesse em seguir liberando o comércio e os investimentos", com o objetivo de "impulsionar a competitividade externa e o crescimento econômico".

Nestes dois últimos anos, segundo a OMC, se produziram "desiguais avanços em matéria de produtividade e competitividade, especialmente dentro da zona do euro", devido a que os resultados comerciais foram muito diferentes entre os Estados-membros.

Acompanhe tudo sobre:EuropaProtecionismoreformasUnião Europeia

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país