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OMC: câmbio põe em risco a recuperação global

Para Pascal Lamy, o assunto deve ser resolvido pelo FMI

Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (Andreas Rentz/Getty Images)

Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (Andreas Rentz/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 17h39.

O diretor-gerente da Organização Mundial de Comércio (OMC), Pascal Lamy, alertou que a estabilidade e a recuperação econômica podem ser colocadas em sério risco pela falta de cooperação nos mercados de câmbio globais. "O duramente conquistado caminho para a estabilidade e a recuperação liderada pelo comércio pode ser colocado em sério risco pelo comportamento não cooperativo no câmbio", disse Lamy em reunião da OMC.

Lamy afirmou que a resposta aos temores de que as economias possam buscar uma vantagem competitiva ao induzirem uma taxa de câmbio favorável é uma questão para o Fundo Monetário Internacional (FMI) mais do que para a OMC.

"Contudo, pensei em partilhar esta preocupação com vocês porque acredito que a história nos julgará severamente se nossos esforços coletivos para sair da crise econômica forem frustrados pela busca míope da renda individual", disse Lamy.

Os ministros de Finanças e dirigentes de bancos centrais do Grupo dos 20 (G-20) devem discutir os mercados de câmbio voláteis em reunião na Coreia do Sul na sexta-feira, preparatória ao encontro de cúpula do G-20 no próximo mês. Alguns analistas temem uma "guerra no câmbio" protecionista na qual as grandes economias buscam taxas de câmbio favoráveis à ampliação de suas exportações.

Horas antes da reunião informal do comitê de negociações de comércio da OMC, Lamy disse aos jornalistas que "há um risco de atrito e é real". "As taxas de câmbio estão se movendo mais no momento do que há poucos meses", acrescentou. "Há uma certa desordem."

Lamy disse que uma abordagem multilateral é o melhor meio para conter o risco, começando com um diagnóstico comum sobre as origens da instabilidade nos mercados de câmbio. Ele destacou que, ao usar o câmbio para ampliar sua competitividade, um país coloca pressão política sobre outros. As informações são da Dow Jones.

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