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OMC alerta para risco de combater crise com protecionismo

A organização pediu aos países do G20 que deixem clara sua vontade política a favor de um sistema comercial aberto

A OMC considera que 'a situação ainda não é alarmante', mas acrescenta que 'está contribuindo claramente para os riscos de deterioração da economia mundial' (AFP)

A OMC considera que 'a situação ainda não é alarmante', mas acrescenta que 'está contribuindo claramente para os riscos de deterioração da economia mundial' (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 11h42.

Genebra - A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou nesta quarta-feira sobre a tentativa de combater a crise com protecionismo, e pediu aos países do G20 que deixem clara sua vontade política a favor de um sistema comercial aberto.

O relatório da OMC sobre medidas comerciais do G20 diz que esta atitude é produto do 'crescimento acentuadamente baixo de alguns países do G20 e dos constantes desequilíbrios macroeconômicos em nível mundial'.

De acordo com este organismo, estes fatores 'estão colocando a prova a vontade política de muitos Governos para cumprir o compromisso do G20 de resistir ao protecionismo'.

A Organização Mundial do Comércio considera que 'a situação ainda não é alarmante', mas acrescenta que 'está contribuindo claramente para os riscos de deterioração da economia mundial'.

Apesar do compromisso do G20 em sua última cúpula, em Seul, a OMC constata que 'não há indícios de que o recurso a novas medidas de restrição no comércio tenha afrouxado', nem que tenham aumentado os esforços para eliminar os obstáculos existentes, 'particularmente os introduzidos desde o início da crise'.

'Existe uma crescente percepção de que o protecionismo comercial está ganhando terreno em algumas partes do mundo, como uma reação política às atuais dificuldades econômicas', diz o relatório.

Para impulsionar estas políticas, foram adotadas 'medidas de substituição das importações' e 'ações unilaterais para proteger as indústrias nacionais', ações que para a OMC 'são atrativas a curto prazo, mas não solucionam os problemas globais'.


'Pelo contrário, pioram as coisas, desencadeando uma espiral de reações de represália na qual perdem todos os países', argumenta a OMC, que pede ao G20 às vésperas da cúpula de Cannes (França), que lance uma mensagem clara em favor dos mercados abertos e dos benefícios de um comércio mais livre.

Para a OMC, estes são elementos que deveriam estar 'no centro das políticas econômicas (dos países do G20) para relançar o crescimento da economia mundial'.

Entretanto, a OMC destaca que entre maio e outubro 'se reduziram ligeiramente' as medidas restritivas do comércio, incluindo as que têm o potencial de restringir e distorcer o comércio, totalizando 108, em comparação com as 122 registradas no semestre anterior.

Estas novas medidas restritivas nos últimos seis meses cobrem aproximadamente 0,6% do total das importações das economias do G20, a mesma percentagem do semestre anterior.

Os setores mais afetados são os aparatos mecânicos e de maquinaria, produtos de ferro e aço, equipamentos e maquinaria elétrica, produtos químicos orgânicos, plásticos e fibras têxteis manufaturadas.

O relatório anterior da OMC sobre medidas comerciais no G20 alertou sobre uma tendência crescente na imposição de restrições à exportação, que afetava principalmente os produtos alimentícios e alguns minerais.

'Esta tendência se confirmou nos últimos seis meses. Foram adotadas mais novas medidas entre maio e meados de outubro de 2011 do que as adotadas no passado', assinala o relatório.

'Embora a maioria destas ações tenham se justificado como respostas nacionais ao aumento dos preços dos alimentos, elas vão contra o compromisso vigente no G20 e têm o potencial de afetar gravemente os parceiros comerciais', acrescenta o G20. EFE

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