Malala Yousafzai: o anúncio surpreendente foi feito pelo subchefe de polícia do Paquistão (Darren Staples/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2015 às 13h42.
Mingora, Paquistão - Oito dos dez milicianos envolvidos no ataque de 2012 contra a jovem ativista Malala Yousafzai foram absolvidos em abril, e não sentenciados à prisão perpétua como antes afirmado, informaram nesta sexta-feira a polícia e a promotoria pública do Paquistão.
O anúncio surpreendente foi feito inicialmente pelo subchefe de polícia do Paquistão, Azad Khan, que não ofereceu explicações para o fato, nem para o silêncio das autoridades durante tantas semanas sobre o assunto.
Em abril, o promotor público Sayed Neem disse que dez milicianos foram acusados pelo ataque, condenados pelo tribunal antiterrorismo e sentenciados à prisão perpétua. Na ocasião, ele afirmou que o tribunal determinou a sentença de um local não revelado, por questões de segurança.
Nesta sexta-feira, Naeem esclareceu que apenas dois dos acusados foram condenados à prisão perpétua. Os demais, porém, foram absolvidos por falta de provas.
O promotor disse ter sido mal interpretado anteriormente, recusando-se a dar mais detalhes no caso. Ele só acrescentou que foi realizada uma apelação, no caso dos oito homens absolvidos.
O promotor disse que não sabia o motivo para que o governo e a promotoria pública não houvessem esclarecido antes os relatos da imprensa sobre a sentença dos envolvidos no ataque. Os representantes de Malala em Londres não quiseram comentar o caso.
Malala recebeu um tiro na cabeça de milicianos do Taleban, enquanto voltava da escola em um veículo. Os agressores voltaram-se contra ela devido à defesa da ativista da educação para mulheres.
Inicialmente, ela recebeu tratamento no Paquistão, mas depois foi transferida para um hospital no Reino Unido, onde atualmente vive com sua família.
Ela ganhou aclamação mundial graças à campanha mundial pela educação feminina e no ano passado foi uma das agraciadas com o Nobel da Paz. A jovem de 17 anos já manifestou o interesse de entrar na política no Paquistão, após terminar seus estudos.
A ativista é muito popular entre os paquistaneses e o ataque contra ela gerou muito ódio no país contra os militantes. O Paquistão diz que está fazendo todo o possível para localizar e prender o Mulá Fazlullah, o líder do Taleban que ordenou o ataque contra Malala e que estaria escondido em algum lugar perto do vizinho Afeganistão.
Também fugiram outros militantes apontados como envolvidos no ataque. Os dez militantes inicialmente acusados no caso e julgados haviam sido detidos por militares paquistaneses no ano passado.
Fonte: Associated Press.