Campo de petróleo: metade do estoque de emergência da AIE será consumido pelos EUA (Dynamosquito/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2011 às 13h02.
Londres - O mercado de petróleo das nações africanas Angola e Nigéria pode sofrer mais com a liberação de estoques globais, uma vez que os refinadores dos Estados Unidos devem optar por cortar importações e compradores asiáticos vão barganhar mais em meio à oferta mais abundante do Golfo.
A Agência Internacional de Energia (AIE) anunciou na quinta-feira que vai liberar até 60 milhões de barris de petróleo ao mercado dos estoques regulatórios de emergência.
Metade deste volume virá dos Estados Unidos, o principal consumidor mundial, e será consumido domesticamente. O Departamento de Energia ofereceu 30 milhões de barris, equivalente a 15 navios petroleiros do tipo VLCC (Very Large Crude Oil Carriers), de petróleo leve da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês).
"Os 15 VLCCs serão liberados em áreas costeiras nos Estados Unidos. Isso aliviará a necessidade de importar petróleo do oeste africano", disse um trader de uma banco de investimentos em Londres.
"Esta é a consequência direta da liberação da AIE." Produtores do oeste africano, principalmente Nigéria e Angola, são importantes fornecedores de petróleo leve aos Estados Unidos.
Os futuros do petróleo tipo Brent caíram 2 dólares há pouco, em meio à expectativa de maior oferta após a medida da AIE.
"Se os caras dos Estados Unidos podem comprar petróleo leve da SPR a um preço muito mais barato do que os barris da Nigéria no mercado disponível, eles vão optar pela SPR", disse um outro trader do mercado físico nos Estados Unidos.
Um outro trader estimou as exportações do petróleo do oeste da África para os Estados Unidos devem totalizar 1,38 milhão de barris por dia (bpd) em junho e 1,25 milhão bpd em julho. Os negócios no mercado físico do oeste africano são feitos com 40 a 45 dias de antecedência.