Mundo

OEA aprova por consenso resolução que pede que Maduro divulgue as atas eleitorais na Venezuela

Texto, apresentado pelos Estados Unidos na OEA, teve apoio de Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (AFP)

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 16 de agosto de 2024 às 19h27.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, nesta sexta-feira, uma resolução que pede ao governo de Nicolás Maduro a publicação dos resultados das questionadas eleições de 28 de julho na Venezuela. O texto foi adotado por consenso pelas 26 delegações de países-membros que participaram da reunião extraordinária, realizada na sede da OEA, em Washington.

O documento insta o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano a "publicar de maneira expedita as atas com os resultados da votação das eleições presidenciais em cada mesa eleitoral" e permitir "uma verificação imparcial dos resultados".

Após expressar preocupação com "os relatos de graves irregularidades e violência relacionadas ao processo eleitoral", a resolução pede ao governo de Maduro que respeite "o direito de se reunir pacificamente" sem represálias, "de não ser submetido a detenções nem a encarceramentos arbitrários" e de ter um "julgamento imparcial".

O texto, apresentado pelos Estados Unidos na OEA, teve apoio de Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai.

A comunidade internacional exige a publicação das atas eleitorais desde que o CNE proclamou a vitória de Maduro sobre o candidato opositor, Edmundo González Urrutia, na mesma noite das eleições.

O governante de esquerda foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, até 2031, com 52% dos votos. A oposição liderada por María Corina Machado, que considera a declaração fraudulenta, criou um portal em que diz ter apresentado mais de 80% de atas eleitorais, coletadas por testemunhas no dia da votação, que provariam a vitória de González com quase 70%. María Corina, que foi impedida de disputar o pleito, ofereceu entregar os documentos para verificação do Brasil, mas o governo rejeita uma apuração paralela, reforçando a necessidade de que o governo venezuelano apresente as atas eleitorais.

A crise eleitoral desencadeou protestos que resultaram em 25 mortes e mais de 2.400 detenções.

O Conselho Permanente da OEA já havia se reunido no dia 31 de julho para estudar uma resolução que pedia transparência ao governo de Maduro. O texto foi rejeitado na ocasião por não obter a maioria dos votos dos 34 países-membros.

Pouco antes da reunião da organização americana, a União Europeia e 22 países assinaram uma declaração conjunta na qual solicitaram uma "verificação imparcial" dos resultados das eleições venezuelanas.

Acompanhe tudo sobre:Nicolás Maduro

Mais de Mundo

Peru decreta emergência em três regiões afetadas por incêndios florestais

Putin reconhece que residentes das regiões fronteiriças estão enfrentando dificuldades

Rival de Maduro na Venezuela diz que assinou documento sob 'coação' e o considera nulo

Príncipe saudita descarta acordo com Israel sem reconhecimento do Estado palestino