Mundo

OEA aprova por consenso apoio a Equador em caso Assange

A reunião de consulta na OEA foi encerrada após mais de cinco horas de debate


	Mulher segura cartaz com os dizeres "eu sou Assange" em frente à embaixada do Equador em Londres: O documento foi aprovado sem que houvesse uma votação
 (Dan Kitwood/ Getty Images)

Mulher segura cartaz com os dizeres "eu sou Assange" em frente à embaixada do Equador em Londres: O documento foi aprovado sem que houvesse uma votação (Dan Kitwood/ Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 18h51.

Washington - Os chanceleres e representantes reunidos nesta sexta-feira na Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovaram por consenso uma resolução que mostra ''solidariedade e apoio'' ao Equador diante do que o país latino-americano definiu como ''ameaças'' do R. Unido de entrar em sua embaixada em Londres.

A reunião de consulta na OEA foi encerrada após mais de cinco horas de debate e várias emendas à resolução com um texto que defende a ''inviolabilidade dos locais diplomáticos'' em relação ao caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange.

O documento foi aprovado sem que houvesse uma votação e com as únicas objeções dos Estados Unidos e Canadá, que agregaram uma nota ao pé da resolução manifestando sua posição.

O texto resolve ''rejeitar qualquer tentativa que ponha em risco a inviolabilidade dos locais das missões diplomáticas e reiterar a obrigação que todos os Estados têm de não invocar normas de direito interno para justificar o descumprimento de suas obrigações internacionais, e neste contexto manifestar sua solidariedade e respaldo ao governo da República do Equador''.

As delegações, que negociaram o texto paralelamente ao debate entre os chanceleres, reiteraram seu ''respeito à soberania'' e sua ''renúncia a recorrer à ameaça ou ao uso da força para dirimir os conflitos''.

No entanto, eliminaram a parte do texto que classificava como ''ameaça'' a ''situação gerada na Embaixada do Equador em Londres''.

O Equador buscou hoje o apoio da OEA em relação à carta enviada pelo governo britânico à embaixada equatoriana na semana passada, na qual advertia da possibilidade de recorrer a uma lei de 1987 que lhe permitiria revogar a imunidade diplomática da missão para entrar no local e deter Assange.


O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, também expressou na reunião sua defesa do asilo como ''uma figura universal que deve ser defendida pelos Estados soberanos'' para justificar sua concessão a Assange por parte do Equador, que se mantém paralisada diante da recusa do Reino Unido a conceder um salvo-conduto.

No entanto, a resolução de hoje não incluiu nenhuma referência ao tema do asilo, que só é reconhecido pelos 14 países da OEA que ratificaram a Convenção de Asilo Diplomático da organização.

A proposta de resolução apela a que governos do Equador e do Reino Unido continuem ''o diálogo que permita resolver suas atuais diferenças, de acordo com o direito internacional e levando em conta as expressões recentemente formuladas por autoridades de ambos os governos''.

O governo britânico enviou ontem à noite uma carta à embaixada equatoriana em Londres para retomar as conversas sobre a situação de Assange, segundo um porta-voz oficial.

Por último, o texto solicita ao Conselho Permanente da OEA ''que acompanhe atentamente essa questão''. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEquadorEuropaJulian AssangeOEAPaíses ricosPersonalidadesReino UnidoWikiLeaks

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"