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Odebrecht financiou campanha de Santos e Zuluaga, diz procurador

O ex-senador Otto Bula, preso por envolvimento no caso Odebrecht, já tinha ligado a campanha de Santos à construtora

Juan Manuel Santos: conclusão foi tirada com base nas provas colhidas durante as investigações (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Juan Manuel Santos: conclusão foi tirada com base nas provas colhidas durante as investigações (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de março de 2017 às 14h09.

Bogotá - A Odebrecht assumiu despesas das campanhas de 2014 do atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e seu principal adversário, Óscar Iván Zuluaga, informou nesta segunda-feira o procurador-geral do país, Néstor Humberto Martínez, com base nas provas colhidas durante as investigações.

Segundo as provas, a Odebrecht assumiu um pagamento de US$ 1,6 milhão ao publicitário brasileiro Duda Mendonça, correspondente a "uma cobrança adicional ao montante que teria sido inicialmente acertado por serviços prestados à campanha de Zuluaga", indicou Martínez em entrevista coletiva.

O procurador-geral também afirmou que verificou que a Odebrecht assinou um contrato em 2 de fevereiro de 2014 com a empresa panamenha Paddington, ligada à companhia colombiana Sancho BBDO, de US$ 1 milhão para realizar uma pesquisa de opinião. O objetivo era "conseguir uma aproximação com o governo de Santos".

Martínez explicou que a construtora também serviu de ponte para realizar uma reunião entre diretores da campanha de Zuluaga, e Duda Mendonça.

O encontro teria ocorrido em fevereiro de 2014, em São Paulo, e coordenado pelo diretor de Comunicações da Odebrecht para a América Latina, Luis Batista Filho.

Já a pesquisa para a campanha de Santos tinha como objetivo "viabilizar o reconhecimento e o pagamento direto das reivindicações existentes na época por ocasião do projeto Rota do Sol 2, que chegava perto dos US$ 100 milhões de custo".

"As investigações antecipadas pela Promotoria permitem afirmar de forma fundamentada que as informações coincidem com a documentação das atuações adiantadas pela Procuradoria-Geral do Brasil contra a Odebrecht e seus diretores, em nível mundial, e que serão divulgadas ao público no início de junho", destacou Martínez.

O ex-senador Otto Bula, preso por envolvimento no caso Odebrecht, já tinha ligado a campanha de Santos à construtora. Bula afirmou em declaração à Justiça que parte dos US$ 4,6 milhões que recebeu da empresa brasileira tinha como destino Roberto Prieto, gerente da campanha de reeleição do atual presidente colombiano.

"Decidimos que concluídas as atuações de reuniões e interrogatórios em curso", completou o procurador-geral.

Martínez também informou hoje que a Procuradoria-Geral abriu um inquérito preliminar após a denúncia contra as ex-ministras Cecilia Álvarez e Gina Parody pelo eventual interesse na construção de um determinado trecho da Rota do Sol.

"As diligências correspondentes ficarão à cargo da Unidade de Promotores Delegados perante a Corte Suprema Corte de Justiça, diante do privilégio constitucional que as ex-ministras possuem", completou o procurador-geral.

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