Mundo

Ocidente entra em alerta sobre Crimeia

França, Grã Bretanha e Alemanha emitiram alertas pedindo um alívio das tensões na Crimeia


	Uma semana depois que violentos protestos forçaram o presidente Viktor Yanukovich, apoiado pela Rússia, a abandonar o cargo, os novos líderes da Ucrânia dizem que a Rússia está tentando assumir o controle da Crimeia, uma península no sul que tem uma população de maioria étnica russa
 (AFP)

Uma semana depois que violentos protestos forçaram o presidente Viktor Yanukovich, apoiado pela Rússia, a abandonar o cargo, os novos líderes da Ucrânia dizem que a Rússia está tentando assumir o controle da Crimeia, uma península no sul que tem uma população de maioria étnica russa (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 14h19.

Paris - O Ocidente expressou preocupação neste sábado com os rápidos acontecimentos na Crimeia, uma região da Ucrânia, pressionando todos os envolvidos a evitar um agravamento da crise e pedindo à Rússia que respeite a soberania ucraniana.

Uma semana depois que violentos protestos forçaram o presidente Viktor Yanukovich, apoiado pela Rússia, a abandonar o cargo, os novos líderes da Ucrânia dizem que a Rússia está tentando assumir o controle da Crimeia, uma península no sul que tem uma população de maioria étnica russa.

França, Grã Bretanha e Alemanha emitiram alertas pedindo um alívio das tensões na Crimeia, depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu na véspera que uma intervenção militar na região seria profundamente desestabilizadora e "teria custos".

"A França está extremamente preocupada com as notícias sobre a Crimeia, que descrevem movimentação significativa de tropas", disse o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, em um comunicado. "Pedimos às partes que se abstenham de atos que possam aumentar a tensão e afetar a unidade territorial da Ucrânia."

Não houve um derramamento de sangue após a queda de Yanukovich, mas a nova liderança da Ucrânia está enfrentando um desafio na Crimeia, que fazia parte da antiga União Soviética até 1954. O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia de enviar milhares de soldados à região neste sábado.

Homens armados, vestindo uniformes de combate sem identificação, tomaram o controle de dois aeroportos na região e ocuparam o Parlamento regional, no que Kiev descreve como uma ocupação pelas tropas de Moscou.


O primeiro-ministro pró-Rússia da Crimeia assumiu o comando das forças militares, da polícia e de outros serviços de segurança na região. Ele também pediu ajuda ao presidente russo, Vladimir Putin, para "garantir a paz e a calma" na região.

Putin pediu à Câmara Alta do Parlamento para aprovar o envio de tropas russas à região da Crimeia, na Ucrânia, citando ameaças à vida de cidadãos russos.

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, que viaja para a Ucrânia no domingo para se reunir com a nova liderança, pediu ao seu colega russo que aja para "aliviar" a tensão.

Em uma mensagem no Twitter, Hague acrescentou que conversou com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e que discutiram a necessidade de uma ação diplomática internacional para lidar com a crise.

Mais cedo, Steinmeier considerou os acontecimentos das últimas horas na Crimeia perigosos e apelou à Rússia que explique suas intenções.

"A situação na Crimeia se tornou consideravelmente mais séria. Quem colocar mais lenha na fogueira agora, com palavras ou ações, estará conscientemente buscando um novo agravamento da situação," disse ele.

Steinmeier disse que os líderes europeus devem se reunir rapidamente a fim de acordar uma posição comum da União Europeia sobre a situação.

A Rússia alega que qualquer movimentação de seus militares na Crimeia está em conformidade com os acordos com a Ucrânia no contrato de arrendamento de uma base naval na cidade portuária de Sebastopol e Moscou acusou Kiev de tentar desestabilizar a península no Mar Negro.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrimeiaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Chanceler do Egito alerta para risco de 'guerra regional total'

Bolívia denuncia "atos de desestabilização" de Evo Morales para ONU e CIDH

Hezbollah anuncia 'nova fase', e declara 'guerra indefinida' a Israel

Netanyahu diz que só metade dos 101 reféns em Gaza está viva, segundo imprensa local