Sergei Lavrov: críticas ao Ocidente e divulgação da nova doutrina nuclear russa (AFP/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 17h41.
O Ocidente quer uma escalada do conflito na Ucrânia, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta terça-feira, 19, durante uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, onde participou da Cúpula do G20.
“É um sinal de que buscam uma escalada”, declarou Lavrov.
Lavrov comentou que a utilização dos mísseis balísticos ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, para atingir a região fronteiriça russa de Bryansk seria impossível sem a participação de especialistas norte-americanos. O ataque ocorreu na noite passada, e cinco mísseis foram interceptados, enquanto um sexto atingiu instalações militares sem causar vítimas ou danos, segundo o Ministério da Defesa da Rússia.
O chefe da diplomacia russa também mencionou declarações do presidente Vladimir Putin sobre o possível envolvimento direto da OTAN na guerra, caso armas ocidentais de longo alcance sejam utilizadas para atacar o território russo.
Lavrov aproveitou a coletiva para destacar a aprovação da nova doutrina nuclear russa, que substitui a anterior, de 2020. A nova política autoriza um ataque nuclear em caso de uma ameaça crítica à soberania ou à integridade territorial da União Estatal Rússia-Belarus.
Entre os destaques do documento, estão:
Relatórios da mídia americana indicam que a Casa Branca teria permitido o uso dos mísseis ATACMS pela Ucrânia contra alvos militares na Rússia. No entanto, a autorização seria restrita à região de Kursk, onde tropas norte-coreanas foram destacadas para reforçar as forças russas.
Apesar das restrições impostas por Washington, a Ucrânia realizou um ataque bem-sucedido em Bryansk, uma região ao norte de Kursk. O Estado-Maior ucraniano confirmou o ataque contra um arsenal russo, mas não forneceu detalhes sobre as armas utilizadas.
O cenário reflete o aumento das tensões no conflito e as preocupações crescentes sobre os desdobramentos da guerra.