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Oceanos enfrentam "trio mortal" de ameaças, diz estudo

Oceanos continuam aquecendo, empurrando muitos cardumes de peixes comerciais para os polos e aumentando o risco de extinção para algumas espécies


	Oceano: condições atuais nos oceanos eram similares às de 55 milhões de anos atrás, conhecidas como máximo térmico Paleoceno-Eoceno, que levaram a extinções em massa
 (©AFP/Getty Images/Arquivo / Brendan Hoffman)

Oceano: condições atuais nos oceanos eram similares às de 55 milhões de anos atrás, conhecidas como máximo térmico Paleoceno-Eoceno, que levaram a extinções em massa (©AFP/Getty Images/Arquivo / Brendan Hoffman)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 13h11.

Oslo - Os oceanos do mundo estão diante de uma ameaça maior do que se supunha anteriormente, proveniente de um "trio mortal" composto por aquecimento global, nível de oxigênio em declínio e acidificação, disse um estudo internacional nesta quinta-feira.

Os oceanos continuam aquecendo, empurrando muitos cardumes de peixes comerciais para os polos e aumentando o risco de extinção para algumas espécies marinhas, apesar de um ritmo menor no aumento das temperaturas na atmosfera neste século, dizia o estudo.

"Os riscos ao oceano e aos ecossistemas que ele apoia vêm sendo subestimados de forma significativa", segundo o Programa Internacional sobre o Estado do Oceano (Ipso, na sigla em inglês), um grupo não governamental de cientistas.

"A escala e a velocidade da perturbação de carbono atual, e a resultante acidificação do oceano, são inéditas na história conhecida da Terra", segundo o relatório feito com a União Internacional para a Conservação da Natureza.

Os oceanos estão se aquecendo por causa do calor resultante do acúmulo de gases do efeito-estufa na atmosfera. Fertilizantes e esgoto que vão parar nos oceanos podem provocar a proliferação de algas, reduzindo os níveis de oxigênio nas águas. E o dióxido de carbono no ar pode formar um ácido fraco quando reage com a água do mar.

"O ‘trio mortal' de... acidificação, aquecimento e desoxigenação está afetando gravemente a produtividade e a eficiência do oceano", diz o estudo.


Alex Rogers, da Universidade de Oxford, diretor científico do Ipso, disse à Reuters que os cientistas estavam descobrindo que as ameaças aos oceanos, dos impactos de carbono à pesca predatória, estavam se misturando.

"Estamos vendo impactos em todo o mundo", ele disse.

Extinções

Condições atuais nos oceanos eram similares às de 55 milhões de anos atrás, conhecidas como máximo térmico Paleoceno-Eoceno, que levaram a extinções em massa. E o ritmo atual da mudança era mais rápido e significava maiores tensões, disse Roger.

A acidificação, por exemplo, ameaça os organismos marinhos que usam carbonato de cálcio para formar seus esqueletos -como os recifes de corais, caranguejos, ostras e alguns plânctons vitais para as redes alimentares marinhas.

Os corais podem parar de crescer se as temperaturas subirem até 2 graus Celsius e começar a se dissolver a 3 graus, disse o estudo.

Os cientistas disseram que as descobertas acrescentaram urgência a um plano de quase 200 governos para chegar a um acordo até o final de 2015 para limitar um aumento na média das temperaturas mundiais para menos do que 2 graus Celsius acima da era pré-industrial.

As temperaturas já aumentaram cerca de 0,8 grau Celsius.

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