Donald Trump, presidente dos Estados Unidos ( Andrew Harnik / Getty Images via AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 17 de março de 2025 às 13h37.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a desaceleração da economia brasileira, a qual já antecipou no final do ano passado, será mais acentuada por causa do ajuste da política monetária, mas especialmente pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em seu relatório provisório de Perspectivas publicado nesta segunda-feira, 17, a OCDE aponta que, após experimentar uma expansão significativa, com um crescimento de 3,4% em 2024, o ritmo de aumento permanecerá em 2,1% este ano, dois décimos de ponto percentual abaixo de sua estimativa de dezembro.
Para 2026, a revisão para baixo será ainda maior, em cinco décimos de ponto percentual, e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) se situará em apenas 1,4%.
Os autores do estudo justificam as cifras pelo impacto do aumento dos juros (o Banco Central os elevou em um ponto em janeiro, para 13,25%, e pode elevá-los novamente nesta semana) e pelo aumento das tarifas nos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio, produtos dos quais o Brasil é um grande exportador para aquele mercado.
Em relação à inflação, a análise não é positiva para o Brasil, uma vez que o relatório prevê um aumento significativo, de uma média de 4,4% em 2024 para 5,4% em 2025, 1,2 ponto percentual acima do que havia estimado três meses atrás.
Além disso, o relatório prevê que a inflação permanecerá praticamente nesse nível em 2026, quando atingirá 5,3%, 1,7 ponto percentual acima do previsto em dezembro do ano passado.