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'Occupy Wall Street' comemora permanência em praça de Nova York

'Estamos ganhando. O poder do povo triunfa sobre Wall Street' festejaram os organizadores ao impedirem um despejo planejado pela prefeitura da cidade

Os manifestantes comemoram a vitória contra a prefeitura e mantém a ocupaçãp (Spencer Platt/Getty Images)

Os manifestantes comemoram a vitória contra a prefeitura e mantém a ocupaçãp (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 18h42.

Nova York - Os responsáveis pelo movimento 'Occupy Wall Street' se consideraram vencedores da queda-de-braço contra a Prefeitura de Nova York nesta sexta-feira ao evitar seu despejo do parque que ocupam há quase um mês.

'Estamos ganhando. O poder do povo triunfa sobre Wall Street', informaram os organizados por meio de um comunicado de imprensa, no qual também anunciavam que já se preparam para participar da ação que grupos similares preparam para o sábado em mais de 950 cidades de 82 países no mundo todo.

A decisão da Brookfield Properties, os proprietários do parque Zucotti, situado no centro financeiro de Wall Street e onde estão acampados os manifestantes desde o dia 17 de setembro, de adiar sua limpeza e, em consequência, o despejo dos manifestantes deu novo ânimo ao movimento e evitou o confronto.

Os membros do movimento estão acampados no local em protesto pelos excessos do sistema financeiro, a elevada taxa de desemprego e a crescente desigualdade nos Estados Unidos, e protagonizaram vários confrontos com a Polícia da cidade quando realizaram manifestações não autorizadas.

Desde que começaram os protestos em setembro, quase mil pessoas foram detidas pela Polícia, que foi acusada nos tribunais por um grupo de manifestantes de 'reprimir' seus direitos constitucionais ao não lhes permitir continuar com suas manifestações.

'O movimento está crescendo e os manifestantes provaram com criatividade, determinação, bom humor e compromisso com a não-violência que merecem ser escutados', disse hoje Dan Cantor, diretor-executivo do Partido das Famílias Trabalhadoras (WFP, na sigla em inglês) em Nova York.

Por enquanto o 'Occupy Wall Street' pediu que famílias nova-iorquinas e do resto dos EUA se somem ao protesto para ressaltar 'a ameaça que a avareza de Wall Street representa para as gerações futuras'.

Os manifestantes pedem também que eduquem as crianças sobre os problemas do atual sistema econômico e mostrem alternativas que proporcionem um futuro melhor para as próximas gerações.

'Para nós é uma grande vitória. Demonstra que ganhamos legitimidade e que não desistiremos perante uma desculpa semi-oficial para nos desalojar do parque', disse hoje à Agência Efe um dos porta-vozes desse movimento e estudante universitário, Mark Bray, de 25 anos.


As autoridades de Nova York, por sua parte, insistiram que a decisão de adiar a limpeza e o despejo correspondeu unicamente aos proprietários do local, que tinham pedido sua ajuda por considerarem que já havia problemas de insalubridade pública.

O vice-prefeito Cass Holloway destacou que a decisão 'é condizente com o papel da cidade de proteger a saúde pública e a segurança, cumprir a lei e garantir os direitos dos nova-iorquinos'.

Alguns dos manifestantes já tinham começado na madrugada a limpar a área para evitar o despejo e o enfrentamento com as autoridades, mas também aconteceram mais 14 prisões por obstrução do tráfego, informou a Polícia de Nova York.

Por sua parte, outro dos porta-vozes do movimento, Patrick Bruner, indicou que na noite da quinta-feira tentaram entregar ao prefeito da cidade, Michael Bloomberg, um pedido com mais de 100 mil assinaturas para evitar seu despejo.

'A Brookfield Properties investiu US$ 24 bilhões em seguros hipotecários. Há milhões de pessoas que enfrentam execuções hipotecárias e o despejo de suas casas por essas práticas, portanto não nos surpreende que ameacem nos desalojar', frisou Bruner, em comunicado.

O manifestante acrescentou que o movimento cresce 'à medida que os 99% tomam as ruas do mundo pedindo justiça econômica', em referência a um de seus lemas que apenas 1% da população enriquece, enquanto o resto empobrece.

Desde que começaram seus protestos, os membros do 'Occupy Wall Street' foram recebendo apoios de personalidades acadêmicas, políticos, artistas e sindicatos, mas também receberam críticas pela falta de concretização de seus pedidos, como fez nesta semana o novo Nobel de Economia Christopher Sims.

Para o economista os objetivos do movimento são 'incoerentes' e pediu que os manifestantes formulem argumentos 'mais realistas' à atual situação, destacando que o protesto deriva de 'uma irritação legítima' da população perante a situação econômica e 'a falta de êxito' dos políticos em solucioná-la. EFE

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