Terror e paralisação: as obras na usina de Jirau, em Rondônia, foram suspensas. Um grupo de 50 homens encapuzados causou os incêndios que destruíram dezenas de ônibus, carros e os alojamentos dos funcionários (Cristiano Mariz/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2011 às 21h53.
São Paulo - O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) reiniciou hoje as obras de construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, a 120 quilômetros de Porto Velho. As atividades estavam paralisadas desde o último dia 15, quando alojamentos e ônibus foram incendiados durante uma confusão envolvendo trabalhadores. Diretores do consórcio avisaram que serão demitidos 6 mil dos 25 mil funcionários que trabalharam nas primeiras fases da obra.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteve no canteiro de Jirau na manhã de hoje, para verificar a situação dos funcionários. Ele pediu à diretoria do consórcio que não dispense trabalhadores que moram em Porto Velho, porque iria causar um problema social na cidade. Assim, o consórcio deverá demitir parte dos que voltaram aos seus Estados de origem após a revolta na usina.
“As usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, são fundamentais para o Brasil porque o País precisa de energia elétrica, mas é preciso assegurar os empregos para quem mora em Rondônia. Eu não sou deste Estado, mas entendo que é necessário manter os postos de trabalho de quem já é daqui”, disse o ministro. Ele havia sido alertado sobre o impacto social que as demissões podem causar em Porto Velho assim que desembarcou na Base Aérea de Porto Velho, hoje, antes de seguir de helicóptero para Jirau.
O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Valter Araújo (PTB), disse que as autoridades precisam fiscalizar as demissões em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho. Ele lembrou que há um compromisso firmado pelo governo do Estado com os consórcios que constroem as usinas de Santo Antônio e Jirau para que pelo menos 70% do quadro de funcionários seja formado por pessoas que moram em Rondônia. Segundo Araújo, no caso de Jirau isso não ocorre.