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Obra de Jirau será retomada na segunda-feira, diz consórcio

Polícia e Força Nacional foram enviados para garantir integridade dos funcionários na volta ao trabalho, disse em nota a Energia Sustentável do Brasil

O tumulto em Jirau gerou também a paralisação, nesta sexta-feira, das obras vizinhas da usina de Santo Antônio
 (ABr/Wikimedia Commons)

O tumulto em Jirau gerou também a paralisação, nesta sexta-feira, das obras vizinhas da usina de Santo Antônio (ABr/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 19h14.

Brasília - As obras da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, paralisadas esta semana por conta de tumultos no canteiro da usina, serão retomadas na próxima segunda-feira, informou na sexta-feira o consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pelas obras.

"Com a presença da Força Nacional, da Polícia Federal e da Polícia Militar de Rondônia, que já se encontram no canteiro de obras para garantir a ordem e a integridade dos funcionários na volta ao trabalho, a empresa retomará as suas atividades normais nesta segunda-feira", disse em nota a Energia Sustentável do Brasil.

O tumulto em Jirau gerou também a paralisação, nesta sexta-feira, das obras vizinhas da usina de Santo Antônio.

Em comunicado, o consórcio construtor Santo Antônio Energia informou que a paralisação era preventiva e ocorreu "devido às manifestações ocorridas na usina hidrelétrica Jirau". Não há previsão de retorno das obras.

Somadas, as duas usinas terão potência instalada de 6.450 megawatts (MW), cerca de metade da capacidade da usina de Itaipu, na divisa do Brasil com o Paraguai.

Ainda não se sabe oficialmente o que causou a rebelião, mas suspeita-se de que teria começado na noite de quarta-feira, em Jirau, depois que um operário se desentendeu com o motorista que faz o transporte dos funcionários. Iniciou-se, então, uma onda de violência.

Alojamentos incendiados

O presidente da Energia Sustentável do Brasil, Victor Paranhos, relatou que 70 por cento dos alojamentos da margem direita do rio Madeira foram incendiados.

Segundo Paranhos, o sindicato dos trabalhadores das obras do Madeira não apresentou uma pauta de reivindicações e nega que os tumultos tenham sido causados por questões trabalhistas.


"A grande questão é que a gente teve uma reunião com o sindicato da construção civil e eles dizem que não tem nada a ver com isso. Eles não tinham nenhuma reivindicação", disse Paranhos à Reuters, por telefone.

O executivo afirmou que as causas do tumulto precisam ser investigadas pelas autoridades.

Enquanto isso, cerca de 5.000 operários de Jirau que não têm onde dormir no canteiro nem em Porto Velho foram deslocados para suas cidades de origem, segundo o prefeito da capital de Rondônia, Roberto Sobrinho (PT).

"Outra parte dos trabalhadores deve ficar na margem esquerda do rio (onde os alojamentos não foram queimados)", disse o prefeito.

Sobrinho tem dúvidas se a origem da rebelião foi uma simples briga e teme que possa haver alguma organização por trás do incidente.

"Não acredito que uma briga entre duas pessoas possa ter proporcionado um levante da ordem do que aconteceu por lá. Não é algo espontâneo. Tem pessoas bem organizadas", declarou Sobrinho.

As obras das usinas de Santo Antônio e Jirau empregam mais de 40.000 pessoas em Rondônia e vêm sendo responsáveis por um forte crescimento da economia no Estado.

Os projetos do rio Madeira marcam o início do maior aproveitamento hidrelétrico dos rios amazônicos. A energia, contudo, não ficará na região. O plano do governo é levar a maior parte dessa energia para os centros de consumo na região Sudeste, por meio da construção de um novo sistema de transmissão de 2,3 mil quilômetros.

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