Policiais vigiam a rua em Claygate, Inglaterra, onde moravam os britânicos mortos nos Alpes franceses: vinte e cinco cápsulas foram encontradas no local do crime (Max Nash/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 13h42.
Claygate - Os artigos suspeitos encontrados na casa da família das vítimas britânicas da matança nos Alpes franceses "não são perigosos", informou a polícia do condado inglês de Surrey, ao sul de Londres.
As autoridades britânicas que colaboram com as francesas no caso, enviaram nesta segunda-feira uma unidade antibombas à casa do britânico de origem iraquiana Saad al-Hilli, encontrado morto com a esposa, a sogra e um ciclista francês na quarta-feira passada, depois da descoberta no jardim do que uma fonte ligada à investigação chamou de "substâncias potencialmente explosivas".
"A polícia de Surrey pode confirmar que os artigos encontrados esta manhã não são perigosos", afirma um comunicado.
"Os artigos foram encontrados hoje quando a revista da propriedade foi ampliada do edifício principal para as construções anexas no jardim", completa a nota, segundo a qual o envio da unidade do esquadrão antibombas foi uma "medida de precaução".
A polícia informou que os vizinhos que foram retirados de suas casas receberam autorização para retornar a suas residências e o cordão de isolamento foi novamente reduzido à casa do britânico de origem iraquiana Saad al-Hilli, encontrado morto com a esposa, a sogra e um francês perto do lago de Annecy.
O automóvel de Saad al-Hilli, um engenheiro de 50 anos, foi encontrado na quarta-feira passada em uma estrada florestal próxima de Chevaline, na área do lago de Annecy, nos Alpes franceses, onde passava férias com a família.
Dentro do veículo foram encontrados os corpos do engenheiro e de sua esposa, Iqbal, também natural de Bagdá, e da mãe desta, também iraquiana, mas de nacionalidade sueca. Ao lado, estava um ciclista francês de 45 anos, vítima colateral do que parece ter sido a execução de toda a família.
As duas filhas do casal, de quatro e sete anos, sobreviveram ao massacre. A mais velha saiu do coma induzido, mas continua sendo tratada com sedativos.
Os investigadores pretendem ouvir o depoimento de Zainab al-Hilli, que saiu do coma no domingo, depois de passar por duas operações.
A autorização médica só deve sair dentro de vários dias e a audiência acontecerá no hospital de Grenoble.
Zainab, que foi violentamente agredida na cabeça e recebeu um tiro no ombro, é considerada uma testemunha essencial, já que viu os assassinos dos pais.
A irmã mais nova, Zeena, que escapou ilesa por ficar escondida sob as pernas da mãe e não viu nada, retornou do domingo a Grã-Bretanha acompanhada por dois parentes.
O irmão de Said al-Hilli, Zaid, prestava depoimento na qualidade de testemunha pelo terceiro dia consecutivo no Reino Unido.
Zaid al-Hilli se apresentou voluntariamente à polícia na quinta-feira e foi interrogado no sábado e domingo.
Até o momento, a polícia não divulgou nenhuma informação sobre o conteúdo e o local dos depoimentos.
Os investigadores tentam averiguar informações sobre um possível conflito financeiro entre os dois irmãos e tentam obter pistas que permitam elucidar esta misteriosa matança.
De acordo com fontes francesas, apenas uma arma foi utilizada no crime.
Vinte e cinco cápsulas foram encontradas no local do crime, o que em um primeiro primeiro momento levou os investigadores a supor que várias armas haviam sido utilizadas.
A arma utilizada foi uma pistola de calibre 7,65, considerado antigo pelos especialistas.
A perícia, no entanto, deve ser aprofundada e confirmada, segundo as fontes.