Obesidade: efeito do peso excessivo na perda de anos de vida é maior entre os jovens (Robert Lawton/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 22h17.
Londres - A obesidade pode reduzir em até oito anos a expectativa de vida das pessoas e em 19 os anos de vida sem doenças, segundo conclui um estudo publicado nesta quinta-feira na revista médica "The Lancet".
Uma equipe do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da Universidade McGill de Montreal (Canadá) elaborou um modelo informático da incidência de doenças conforme o peso, com dados extraídos do estudo de nutrição e saúde nacional dos Estados Unidos.
Os especialistas calcularam o risco de contrair diabetes e doenças cardiovasculares para adultos de diferentes pesos e, depois, analisaram o efeito do sobrepeso e da obesidade nos anos de vida que perdiam - e nos anos de vida saudável perdidos - de adultos americanos com idades entre 20 e 79 anos, comparado com pessoas de peso normal.
Eles comprovaram que as pessoas com sobrepeso (o índice de massa corporal, ou IMC, de 25) perdiam até três anos de expectativa de vida, dependendo de sua idade e gênero.
As pessoas obesas (IMC de 30) perdiam de um a seis anos, enquanto as muito obesas (IMC de 35) viam sua vida diminuída de um a oito anos, comparado com pessoas com um IMC ajustado a sua altura e dimensões.
Considera-se que um IMC abaixo de 18,5 indica desnutrição ou algum problema de saúde, enquanto um superior a 25 indica sobrepeso. Acima de 30 há obesidade leve, e acima de 40 há obesidade elevada.
Segundo seu estudo, o efeito do peso excessivo na perda de anos de vida é maior entre os jovens com idade entre 20 e 29 anos, ascendendo a 19 anos de vida a menos nos casos de obesidade extrema, e diminuindo com a idade.
O excesso de peso não apenas reduz a expectativa de vida, mas também os anos de vida saudável, definidos neste estudo como os anos sem doenças associadas ao peso, como o diabetes de tipo 2 e doenças cardiovasculares, apontam os especialistas.
Os dados são úteis para que as pessoas obesas e os profissionais da saúde "possam apreciar melhor a escala do problema e os benefícios de um estilo de vida mais saudável".