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Obama tem oportunidade de mudar política para Cuba

De acordo com especialistas, o presidente americano tem oportunidade única de mudar política americana para Cuba


	Presidente dos EUA, Barack Obama, cumprimenta o presidente cubano, Raúl Castro
 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Presidente dos EUA, Barack Obama, cumprimenta o presidente cubano, Raúl Castro (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 10h36.

Havana - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem oportunidade de mudar a política americana para Cuba, afirmaram analistas dos dois países que estudaram as tentativas infrutíferas de aproximação entre Havana e Washington em mais de cinco décadas.

Os americanos William Leogrande e Peter Kornbluh revelaram ao apresentar seu livro "Back Channel to Cuba" que, após 20 anos de pesquisa, descobriram que vários presidentes americanos tiveram encontros segredos com Cuba desde 1959 até os dias atuais.

"Estamos em uma época onde isso pode ser uma possibilidade e a esperança é que essa história possa ser usada para avançar nas relações entre os dois países", disse Kornbluh, pesquisador da organização independente Arquivo de Segurança Nacional, sobre a administração de Obama e chance de mudança da política para Cuba.

Segundo o livro - que chega ao mercado americano na segunda-feira - a ideia de mudar as relações com Cuba começou com o presidente John F. Kennedy (1961-1963) diante de um movimentado auditório de intelectuais, historiadores e jornalistas, reunidos na sala "Villena" da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC).

Desde então, nos governos de Gerald Ford e Lyndon Jhonson várias mensagens foram trocadas entre os dois países através de intermediários.

Um processo de aproximação ocorreu durante a presidência de James Carter entre 1977 e 1978. Uma série de reuniões secretas entre diplomatas dos dois países foi organizada para tentar normalizar as relações, mas não evoluíram porque os EUA condicionavam os avanços à retirada de tropas cubanas da Etiópia e de Angola.

Leogrande ressaltou que ambas as partes reconheceram nos últimos anos que a situação política atual "não é boa para nenhuma das duas nações" e avaliou que a VII Cúpula das Américas, que será realizada no Panamá em abril de 2015, pode ser uma grande oportunidade para os dois países conversarem e obterem conquistas.

Além dos pesquisadores americanos, os autores cubanos Elier Ramírez e Esteban Morales apresentaram sua versão do conflito por meio da edição ampliada do livro "A política dos Estados Unidos para Cuba".

"Obama conta hoje com vantagens que nenhum presidente teve para mudar sua política sobre Cuba", disse Morales.

"Seria um ganho. Essa mudança, e o presidente Obama deve saber, não tem a menor conotação para a segurança nacional americana. O que pode ser um problema é o presidente demorar e o retorno de (Alan) Gross aos EUA já não fazer sentido", acrescentou.

Morales fez referência ao caso do americano condenado a 15 anos de prisão em Cuba por "ações contra a integridade territorial do Estado", acusação negada pelos EUA.

A prisão de Gross em Cuba e de cinco agentes cubanos nos EUA - três ainda detidos - se transformaram no maior ponto de atrito nos últimos anos entre os dois países, que não têm relações diplomáticas desde 1961.

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