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Obama tem 60% de chances de ser reeleito, diz Paul Krugman

O Nobel de Economia avaliou ainda que as chances do presidente americano estão em ascensão

'Cada vez que um dos candidatos republicanos aparece na televisão, as possibilidades de Obama aumentam', afirmou o economista (Jewel Samad/AFP)

'Cada vez que um dos candidatos republicanos aparece na televisão, as possibilidades de Obama aumentam', afirmou o economista (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 10h18.

Paris - O economista americano Paul Krugman, Nobel de Economia em 2008, considera que o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem 60% de chances de ser reeleito, uma porcentagem que 'está aumentando'.

'Acho que tem 60% de chances de ganhar. Ele está sendo vítima de uma situação econômica ruim, mas o que importa são os três meses anteriores às eleições e aí pode haver uma recuperação', avaliou Krugman nesta terça-feira em Paris, durante a conferência 'A crise financeira e econômica na Europa e Estados Unidos'.

O economista, editorialista do 'The New York Times', considerou que o Partido Republicano 'não está à altura do desafio' que o país tem pela frente.

'Cada vez que um dos candidatos republicanos aparece na televisão, as possibilidades de Obama aumentam', afirmou.

Krugman considerou que o favorito à vitória nas primárias republicanas, Mitt Romney, favorece o discurso de Obama.

'Obama está fazendo agora uma campanha populista identificando os republicanos com ricos que não pagam impostos, uma imagem que cabe muito bem com o favorito dos republicanos', declarou.

O Nobel de Economia avaliou que as chances de Obama estão em ascensão: 'Há seis meses teria apostado pouco em Obama, mas desde que começaram os debates republicanos, sua situação melhorou'.

Na conferência, Krugman repetiu os pontos essenciais de sua doutrina econômica, criticou a atuação do Banco Central Europeu (BCE) por sua decisão de elevar as taxas de juros e de não comprar dívida soberana dos países em risco e apostou em uma homogeneização econômica na Europa.

Segundo o americano, o problema na Europa 'não é de governança econômica', mas da crise derivada da explosão da bolha imobiliária.


'Isso provocou um grande aumento do desemprego e obrigou alguns países a se endividar demais', considerou o economista, que criticou as políticas europeias que só atendem ao rigor sem se preocupar com a recuperação econômica.

'Em países como a Espanha, agora o problema não é de governança, mas de ver como se pode recuperar competitividade sem voltar a provocar outra bolha imobiliária', disse.

Para Krugman, a Europa tem 'um problema de estresse interno' e avaliou que a situação de sua dívida 'seria melhor que a dos EUA se fosse um único país'.

'A Europa não tem um problema de competitividade, sua balança comercial é positiva. O problema são as diferenças internas. A Espanha tem um problema de competitividade derivado de seus elevados custos de produção com relação aos outros países do continente', indicou como exemplo.

Para ele, 'um pouco de inflação favoreceria a recuperação na Europa', lembrando que em janeiro de 2011 o BCE 'não deu atenção a alguns economistas anglo-saxões', que pediram que as taxas de juros não fossem elevadas.

Krugman também considerou uma 'má ideia' que todos os países da UE copiem o modelo alemão, porque não encontrariam mercados para colocar seus produtos.

Além disso, o Nobel de Economia se mostrou 'favorável', mas 'não entusiasta', da taxação sobre as transações financeiras, que é apoiada por alguns líderes europeus.

'Não acho que uma taxa desse tipo teria evitado esta crise, não teria evitado que os bancos espanhóis financiassem a bolha imobiliária', disse o economista. 

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