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Obama: seria 'indesculpável' paralisar serviços por falta de acordo

Presidente americano voltou a pressionar o Congresso para que acabe com o bloqueio e negocie o orçamento para acabar com o risco dos serviços públicos paralisarem

O presidente Barack Obama não consegue chegar a um acordo com a oposição republicana (Alex Wong/Getty Images)

O presidente Barack Obama não consegue chegar a um acordo com a oposição republicana (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 17h43.

Washington - O risco de uma paralisia dos serviços públicos por causa de um bloqueio no Congresso aumentou nesta terça-feira com o fracasso de uma reunião entre líderes republicanos e o presidente Barack Obama, que considerou a ausência de um acordo sobre o orçamento "indesculpável".

"Apesar de termos mantido uma boa discussão, não chegamos a um acordo", declarou o chefe de gabinete do presidente republicano da Câmara dos Representantes, John Boehner, após um encontro no Salão Oval da Casa Branca com Obama, com o líder dos democratas no Senado, Harry Reid, e com dois presidentes de comissões legislativas.

Boehner "disse ao presidente que a câmara não se deixará pressionar para escolher entre duas opções ruins para o país", ou seja, um orçamento sem "cortes verdadeiros dos gastos" ou "uma paralisia do governo por causa da imobilidade do Senado", acrescentou.

Obama subiu o tom após a reunião, ao afirmar que não chegar a um acordo --o que provocaria o fechamento de vários serviços estatais-- seria "indesculpável".

"Seria indesculpável para nós não sermos capazes de solucionar o trabalho do ano passado", disse. "O que não podemos fazer é abordar este problema com uma posição de 'tudo ou nada'", afirmou.

Dominado pelos aliados democratas de Obama, ao contrário da câmara baixa, onde os republicanos são maioria, o Senado deve autorizar o orçamento para que seja definitivamente aprovado.

Pressionados pela ala mais à direita e pelo movimento ultraconservador do "Tea Party", os republicanos prometeram reduzir em 100 bilhões de dólares o projeto de orçamento 2011 do presidente.

Desse montante --calculado a partir da lei financeira de 2011, que nunca foi aprovada--, os democratas estão dispostos a aceitar um corte de 73 bilhões de dólares em todo o exercício, que termina em 30 de setembro.

"Tentamos dar um primeiro passo em direção a uma redução dos gastos para controlar o déficit, mas, ao mesmo tempo, tentamos evitar uma paralisia do governo", afirmou nesta terça-feira de manhã à rede CBS o chefe republicano da Comissão de Orçamento da Câmara dos Representantes, Paul Ryan.

Segundo ele, a situação deve ser definida por Reid, cuja bancada deverá aprovar o orçamento.


Sem um acordo, o início do exercício 2011 foi marcado pela aprovação de seis orçamentos provisórios no Congresso, que permitem evitar o fechamento dos serviços não essenciais do governo. O último expira na próxima sexta-feira.

Os republicanos apresentaram nesta terça-feira uma contraproposta de orçamento com reduções drásticas, superiores a 4 bilhões de dólares em 10 anos.

Ryan apresentou no Capitólio o novo plano republicano, intitulado "Caminho para a prosperidade".

O plano propõe reduções de impostos para as empresas e para os americanos mais ricos, enquanto defende o controle de gastos de saúde, reformando programas de assistência para pessoas de mais idade (Medicare) e para os mais pobres (Medicaid).

Ryan explicou que seu plano economizará 4 bilhões de dólares em 10 anos e reduzirá as regulamentações que, segundo os republicanos, travam o crescimento econômico.

"Os Estados Unidos dirigem-se para uma crise de dívida", advertiu Ryan em um vídeo divulgado no site da Comissão.

Com um déficit público que deve atingir 1,6 bilhão de dólares este ano, o plano permitiria gastar 6 bilhões de dólares a menos que o projeto de orçamento apresentado por Obama, segundo Ryan.

Se o Congresso chegar a um acordo esta semana sobre os níveis de gastos para o restante do exercício 2011, outra batalha será travada sobre a proposta de orçamento do presidente para 2012.

A definição desta briga é, portanto, determinante, com a proximidade das eleições presidenciais e legislativas de 2012.

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