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Obama reivindica comércio "justo" à China

"Acreditamos na concorrência, no comércio, mas desde que feito de uma maneira justa", declarou Obama durante um comício

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 16h42.

Washington - O presidente dos Estados Unidos e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, reivindicou nesta quinta-feira à China uma concorrência comercial "justa", ao discursar na primeira escala de sua viagem de ônibus de campanha eleitoral pelos decisivos estados de Ohio e Pensilvânia.

"Acreditamos na concorrência, no comércio, mas desde que feito de uma maneira justa", declarou Obama durante um comício em um complexo de museus em Maumee, nos arredores da cidade de Toledo (Ohio).

O presidente lembrou que seu governo iniciou nesta quinta-feira uma queixa perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) devido aos encargos impostos pela China desde dezembro às importações de veículos automotivos fabricados nos EUA.

Os encargos, considerados "injustos" por Washington como uma mostra de concorrência desleal por parte da China, afetam quase 80% das exportações de veículos americanos ao gigante asiático (cerca de 92 mil unidades) e representam um aumento aproximado de US$ 3,3 bilhões em seu preço no mercado chinês.

Justamente um dos veículos afetados por esses encargos, o Jipe Wrangler, é fabricado em Toledo.

Antes de pousar em Ohio a bordo do Air Force One (avião presidencial americano), o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, explicou aos jornalistas que a ação movida nesta quinta-feira na OMC é "a sétima" adotada pelo governo dos EUA contra a China e uma mostra do "compromisso do presidente com as empresas e os trabalhadores americanos".

Obama afirmou em várias ocasiões durante os últimos meses que não vai permitir práticas de concorrência desleal no comércio com a China, enquanto seu provável rival republicano nas eleições de novembro, Mitt Romney, acusa o presidente de não lidar com Pequim com toda a firmeza necessária.


Enquanto isso, a campanha democrata qualificou Romney de "pioneiro" em transferir empregos realizados por trabalhadores americanos a países como China e Índia quando dirigia a empresa de investimentos Bain Capital nos anos 90.

Nesta quinta-feira, Obama voltou a repetir essa acusação e ressaltou que seu "oponente" (Romney) foi "pioneiro na externalização de empregos" quando estava à frente da Bain Capital.

Também defendeu seu resgate à indústria automotiva em 2009 e ressaltou que, três anos depois, esse setor "ressurgiu" em Toledo e em muitas outras cidades do país.

Além disso, Obama aproveitou o comício para defender sua reforma da saúde, "uma lei que está aqui para ficar", depois de a Corte Suprema aprovar sua constitucionalidade na semana passada.

O governante americano lembrou aos eleitores que Romney planeja, se eleito, prorrogar os benefícios tributários aos mais ricos e compensá-los com cortes nos gastos em educação e em programas sociais.

"A opção nessas eleições não pode ser mais clara e o que está em jogo não pode ser maior", enfatizou o líder.

A viagem de ônibus que Obama começou nesta quinta-feira, denominada "Apostando nos Estados Unidos", compreende Toledo e outras duas cidades do cinturão industrial do norte de Ohio, uma das regiões americanas que mais sentiram os efeitos da crise econômica e financeira de 2008.

Ohio é considerado um reflexo do sentimento político do país, já que, desde 1960, nenhum candidato presidencial ganhou eleições gerais sem ter vencido também neste estado.

Nesta sexta-feira, Obama se deslocará de Ohio à Pensilvânia, onde terminará sua viagem com um discurso na cidade de Pittsburgh.

De acordo com o site "RealClearPolitics", que elabora uma média diária das principais pesquisas de opinião, Obama tem uma vantagem de 2,6 pontos em Ohio sobre Romney e de 8 pontos na Pensilvânia. 

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