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Obama promete que impedirá que Irã produza arma nuclear

"É por isso que os Estados Unidos farão tudo que for necessário para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear", enfatizou o presidente

Barack Obama na Assembleia da ONU: antes de Obama, a presidente Dilma Rousseff defendeu na Assembleia o direito dos países emergentes de protegerem suas economias (©AFP / Emmanuel Dunand)

Barack Obama na Assembleia da ONU: antes de Obama, a presidente Dilma Rousseff defendeu na Assembleia o direito dos países emergentes de protegerem suas economias (©AFP / Emmanuel Dunand)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 16h36.

Nova York - O presidente americano, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira ante os líderes mundiais reunidos na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas que fará tudo que for necessário para impedir que o Irã produza a arma nuclear, e, depois de criticar a islamofobia, também afirmou que o regime sírio de Bashar al-Assad deve acabar.

"Não nos equivoquemos: um Irã com armas nucleares não é um desafio que se possa conter. Isso ameaçará com a eliminação de Israel, a segurança das nações do Golfo e a estabilidade da economia global", afirmou Obama ante a Assembleia Geral da ONU, que reúne 120 presidentes e chanceleres em Nova York.

"É por isso que os Estados Unidos farão tudo que for necessário para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear", enfatizou o presidente, que permanecerá 24 horas em Nova York para depois prosseguir com sua campanha eleitoral.

Pouco antes de Obama falar, a sessão de debates da Assembleia foi inaugurada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que classificou de "alarmante a estridente retórica de guerra das últimas semanas" entre Israel e Irã.

"Os dirigentes têm a responsabilidade de baixar a voz e reduzir as tensões", aconselhou, pedindo que o Irã prove a natureza exclusivamente pacífica de seu programa nuclear.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que já está em Nova York para falar na ONU na manhã de quarta-feira, mostrou-se desafiador, condenando as sanções contra seu país por causa do programa atômico e assegurando que não teme um possível ataque de Israel contra suas instalações nucleares.

Além do programa nuclear iraniano, que as potências ocidentais insistem que visa à arma atômica - algo que Teerã nega -, Obama referiu-se, em seu discurso, à guerra civil na Síria e à recente onda de violência provocada pelo filme islamofóbico que sacudiu o mundo muçulmano.


"O futuro não deve pertencer a um ditador que massacra seu povo", afirmou Obama referindo-se ao dirigente sírio. "Aqui, reunidos, voltamos a declarar que o regime de Bashar Al-Assad deve chegar ao fim para que se detenha o sofrimento do povo sírio".

Obama fez um apelo à comunidade internacional para que atue para pôr fim à sangrenta guerra civil, que já dura um ano e meio.

"Este é o caminho pelo qual trabalhamos: sanções e consequências para aqueles que perseguem; assistência e apoio para aqueles que trabalham pelo bem comum", acrescentou.

Em seu discurso, Ban Ki-moon disse que a guerra civil na Síria é uma calamidade que agora ameaça a paz mundial e exige medidas do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"O conflito na Síria é uma calamidade regional com ramificações globais", afirmou Ban, acrescentando que o presidente Bashar al-Assad está cometendo "brutais abusos contra os direitos humanos".

Obama também prometeu encontrar os autores do ataque que matou o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e chamou de "repugnante" o vídeo anti-islâmico que o motivou.

"Os ataques contra nossos civis em Benghazi foram ataques contra os Estados Unidos. Não deve existir dúvida de que perseguiremos sem descanso os assassinos e os levaremos à justiça", disse Obama em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

"Hoje, devemos declarar que a violência e a intolerância não têm espaço nas Nações Unidas", afirmou o presidente americano.


Quanto à chamada "Primavera Árabe", Obama afirmou que houve "avanços", mas que a agitação recente no mundo muçulmano demonstra a dificuldade de alcançar uma verdadeira democracia.

"Os eventos das últimas duas semanas nos falam da necessidade que todos temos de enfrentar as tensões entre Ocidente e um mundo árabe que avança para a democracia", concluiu.

Antes de Obama, a presidente Dilma Rousseff defendeu na Assembleia o direito dos países emergentes de protegerem suas economias, em meio às pressões das potências industrializadas.

"Não podemos aceitar que medidas comerciais legítimas de defesa dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas de protecionismo", afirmou Dilma em seu discurso de abertura dos debates.

Primeira chefe de Estado a falar na Assembleia da ONU, Dilma ressaltou que o uso deste tipo de medidas faz parte das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Brasil e Estados Unidos travam uma dura batalha comercial depois da decisão do governo brasileiro de elevar as tarifas de importação de 100 produtos.

A presidente também atacou o protecionismo e todas as formas de manipulação comercial, entre elas a política monetária das nações mais ricas do mundo, que provocou "uma valorização artificial das moedas dos países emergentes".

"A política monetária não pode ser a única resposta ao crescente desemprego, aumento da pobreza e falta de futuro que afeta os segmentos mais vulneráveis da população do mundo", destacou.

Nesta terça-feira, ainda, a Assembleia contará com os discursos do presidente francês François Hollande, e do chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy.

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