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Obama pressiona Rússia por cessar-fogo após queda de avião

"Putin é quem tem o maior controle sobre a situação (na Ucrânia), e até agora, pelo menos, não o exerceu", denunciou Obama


	Obama: "Para facilitar investigação, Rússia, separatistas e Ucrânia devem aderir a cessar-fogo"
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Obama: "Para facilitar investigação, Rússia, separatistas e Ucrânia devem aderir a cessar-fogo" (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 19h32.

Washington  - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira um cessar-fogo imediato no leste da Ucrânia para permitir uma investigação "confiável" sobre o incidente do avião malaio, e exigiu que a Rússia detenha seu apoio aos pró-Rússia, os quais os Estados Unidos apontam como prováveis responsáveis pelo fato.

Enquanto o governo da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia continuam se acusando mutuamente pela queda que deixou 298 mortos ontem, Obama denunciou a responsabilidade da Rússia no conflito que vive Ucrânia e que desembocou na "tragédia de dimensões inefáveis" que supôs o derrubo da aeronave.

"As provas indicam que o avião foi derrubado por um míssil terra-ar que foi lançado de uma região controlada pelos separatistas apoiados pela Rússia dentro da Ucrânia", sustentou Obama em uma declaração à imprensa desde a Casa Branca.

"E sabemos que esses separatistas receberam um fluxo constante de apoio da Rússia. Isso inclui armas e treino, inclui armamento pesado, e inclui armamento antiaéreo", alertou.

O Pentágono detalhou pouco depois que tem "provas muito sólidas" de que o avião foi derrubado por um míssil SA-11, um tipo de bomba tão sofisticado que "é difícil crer que possa ser utilizado por separatistas sem algum tipo de treino ou apoio da Rússia", segundo seu porta-voz, John Kirby.

No entanto, Obama destacou que "ainda não se conhecem todos os fatos" e evitou responsabilizar do fato o presidente russo, Vladimir Putin; mas ressaltou que a Rússia "facilitou" a violência que a Ucrânia vive há meses e "tem a capacidade de levar os separatistas em outra direção".

Putin é quem "tem o maior controle sobre a situação (na Ucrânia), e até agora, pelo menos, não o exerceu", denunciou Obama.

Após meses de tensão na Ucrânia, o líder considerou que o incidente "é um alarme para que a Europa e o mundo entendam que há consequências nesse conflito", que "não podem ser contidas" nem reduzidas a uma disputa local.

"Esse ato degradante nos lembra que é hora que se restaure a paz e a segurança na Ucrânia", ressaltou.

O presidente americano destacou a necessidade de permitir que se desenvolva uma "investigação internacional confiável" e apoiada pela ONU sobre o ocorrido com o avião de Malaysia Airlines.

"Para facilitar a investigação, Rússia, os separatistas pró-Rússia e Ucrânia devem aderir a um cessar-fogo imediato", defendeu. "Não se deve obstruir as provas. Os investigadores precisam chegar ao local", acrescentou.

Os Estados Unidos anunciaram o envio à Ucrânia de uma equipe para assistir na investigação, será composta por pelo menos um membro do FBI e um representante da agência de Segurança para o Transporte (NTSB, em sua sigla em inglês), segundo precisou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Obama descartou hoje um possível papel militar dos EUA "além do que já estivemos fazendo em colaboração com nossos aliados da Otan" ao longo da crise na Ucrânia.

O presidente opinou que houve "muita desinformação no leste da Ucrânia" em torno do fato e advertiu que "não há tempo para a propaganda nem para jogos", porque é necessário saber "exatamente o que aconteceu" e fazer com que os culpados prestem contas.

Também anunciou a "terrível" morte de um cidadão americano que viajava no avião, Quinn Lucas Schansman, que também tinha nacionalidade holandesa.

Schansman era um estudante de 19 anos que cresceu em Amsterdã e viajava para Kuala Lumpur a fim de se reunir com sua família para umas férias, segundo informou o jornal "The Washington Post".

Em seu discurso de hoje, Obama fez uma menção especial à morte de vários passageiros do avião malaio - as autoridades australianas trabalham o número de 100 - que se dirigiam a Melbourne (Austrália) para participar da 20ª Conferência Internacional sobre a aids.

"No mundo de hoje, não deveríamos esquecer que em meio ao conflito e aos assassinatos, há pessoas assim, gente que está concentrada no que pode ser construído em vez de no que pode ser destruído. É importante que os elevemos e destaquemos suas vidas. E é hora de seguirmos seu exemplo", sustentou. EFE

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