Barack Obama: Seguindo a pista dos antepassados da mãe de Obama, Stanley Ann Dunham, descobriram que ela descendia de um fazendeiro branco da Virgínia (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2012 às 21h28.
Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, poderia descender de um dos primeiros escravos africanos da história do país de que se tem registro, segundo anunciou nesta segunda-feira uma empresa desenvolvedora de árvores genealógicas.
O surpreendente, de acordo com ''Ancestry.com'', é que o vínculo não seria por parte de seu pai, procedente do Quênia, mas por parte de sua família materna, branca, originária do estado do Kansas, com raízes irlandesas.
Após anos de pesquisa os analistas de ''Ancestry.com'' concluíram que Obama seria bisneto em 11º grau de John Punch, um servente que foi punido em 1640 com a escravidão perpétua, ainda na colônia da Virgínia, por tentar escapar.
Os serventes costumavam trabalhar durante um período nas colônias primitivas, geralmente em trabalhos no campo, em troca de teto e comida, mas sem receber qualquer retribuição financeira.
Punch é o primeiro caso de escravidão documentado nas colônias, ocorrido décadas antes que começassem as primeiras leis de escravidão na Virgínia.
''Dois dos afro-americanos mais significativos na história de nosso país, incrivelmente, estão vinculados diretamente'', indicou o genealogista de ''Ancestry.com'' Joseph Shumway em comunicado.
Os pesquisadores estudaram documentos históricos do estado da Virgínia, como certidões de casamento, registros de propriedade de sua família materna, assim como análise de DNA e descobriram um ancestral africano.
Seguindo a pista dos antepassados da mãe de Obama, Stanley Ann Dunham, descobriram que ela descendia de um fazendeiro branco da Virgínia, que por sua vez descendia de um homem africano, que seria Punch.
Os documentos, segundo ''Ancestry.com'', revelam que Punch teve filhos com uma mulher branca, transferindo assim seu status de pessoa livre a seus descendentes, que foram bem-sucedidos homens de negócios.
''A investigação genealógica sobre indivíduos que viveram há centenas de anos nunca pode ser uma prova definitiva de que um homem é progenitor de outro'', assinalou em comunicado Elizabeth Shown, ex-presidente do Conselho de Certidão de Genealogistas.
No entanto, assegurou que ''este estudo cumpre os mais altos níveis (de qualidade) e pode ser considerado com confiança''.
Por sua vez, Shumway destacou a coincidência histórica, já que ''após um século de sofrimento, de guerra civil e de esforços pelos direitos civis, seu bisneto em 11º grau acabou se transformando no líder do mundo livre e realizou o sonho americano''.