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Obama pede que Turquia e Rússia olhem para o inimigo comum

"Temos um inimigo comum e quero assegurar-me de que nos concentremos nessa ameaça", enfatizou


	Barack Obama: "Quero ser bem claro: a Turquia é um aliado da Otan. Os Estados Unidos apoiam o direito da Turquia de defender seu território e seu espaço aéreo"
 (Kevin Lamarque/REUTERS)

Barack Obama: "Quero ser bem claro: a Turquia é um aliado da Otan. Os Estados Unidos apoiam o direito da Turquia de defender seu território e seu espaço aéreo" (Kevin Lamarque/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 15h26.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira que a Turquia e a Rússia superem suas tensões para se concentrar no inimigo comum, que é o Estado Islâmico.

Neste sentido, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu pouco antes de uma reunião ministerial da Aliança que Rússia e Turquia trabalhem para que não se repita o incidente da semana passada, quando um caça-bombardeiro russo foi derrubado pela Turquia perto de sua fronteira com a Síria.

Segundo Ancara, o avião russo havia violado o espaço aéreo turco.

"Falamos como a Turquia e a Rússia podem trabalhar juntos para aliviar as tensões e achar um caminho diplomático para resolver o assunto", afirmou Obama, após reunir-se, em Paris, com seu colega turco Recep Tayyip Erdogan à margem da conferência sobre o clima.

"Temos um inimigo comum e quero assegurar-me de que nos concentremos nessa ameaça", enfatizou.

"Quero ser bem claro: a Turquia é um aliado da Otan. Os Estados Unidos apoiam o direito da Turquia de defender seu território e seu espaço aéreo", acrescentou Obama.

Por sua vez, Erdogan, que exigiu que o presidente russo Vladimir Putin apresentasse provas que sustentem a acusação de que Ancara comercializa petróleo com o grupo Estado Islâmico, afirmou que está disposto a deixar o incidente para trás.

"Queremos evitar as tensões", afirmou, defendendo uma "linguagem diplomática" para tratar a questão.

Já o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou que a Rússia deveria restabelecer os canais de comunicação ao invés de fazer "acusações sem fundamentos".

Segundo Putin, que se recusou na segunda-feira a encontrar Erdogan, o petróleo produzido pelo EI, o que representa uma das principais fontes de renda do grupo jihadista, "é enviado maciçamente para a Turquia".

"Temos todas as razões para acreditar em que a decisão de abater o nosso avião foi ditada pelo desejo de proteger as rotas de circulação do petróleo para o território turco", afirmou Putin, durante uma coletiva de imprensa à margem da COP21 de Paris.

Na semana passada, Moscou já havia acusado Ancara de "proteger" os jihadistas do EI e de acobertar o contrabando de petróleo.

Em Bruxelas, Stoltenberg pediu para que Moscou e Ancara diminuam a tensão e instaurem mecanismos "para evitar" incidentes como o da semana passada.

Além disso, o secretário-geral da Otan indicou que a Aliança está disposta a dar mais apoio à Turquia, mas insistiu que este compromisso já existia antes que Ancara abatesse um caça russo na fronteira síria.

"Trabalharemos em novas medidas para garantir a segurança da Turquia", afirmou Stoltenberg antes de começar uma reunião de dois dias com 28 ministros das Relações Exteriores da Aliança, dominada pela Síria, o futuro do Afeganistão, Ucrânia e as relações com a Rússia.

"Foi decidido há vários anos como parte de nosso compromisso com um aliado", enfatizou, sem definir que tipo de medidas poderão ser tomadas.

Na semana passada, Moscou anunciou a implantação de baterias antiaéreas S-400 em sua base de Latakia, na Síria, uma resposta à perda de sua aeronave.

Em 2012, a Aliança destacou baterias antiaéreas Patriot na fronteira sul da Turquia, a fim de prevenir violações do espaço aéreo turco pela Síria.

Washington e seus aliados temem que o incidente com o avião russo mine os esforços para alcançar uma solução política para a crise na Síria, onde Moscou apoia o presidente Bashar al-Assad, e Ancara, bem como as potências ocidentais, os rebeldes.

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