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Obama pede que Trump não ignore "tendência" a energias renováveis

Obama afirma que há muito tempo se sabe que "a urgência de agir para mitigar a mudança climática é real e não pode ser ignorada"

Obama: "nenhum país é mais bem preparado para enfrentar o desafio do clima e colher os benefícios econômicos de um futuro com baixa emissão de carbono do que os EUA" (Jonathan Ernst/Reuters)

Obama: "nenhum país é mais bem preparado para enfrentar o desafio do clima e colher os benefícios econômicos de um futuro com baixa emissão de carbono do que os EUA" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 16h39.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou seu sucessor na Casa Branca, Donald Trump, nesta segunda-feira sobre ignorar a tendência "irreversível" rumo a um mundo de energias limpas e "afastar-se" do Acordo de Paris, o que, em sua opinião, "prejudicaria" os interesses econômicos do país.

Em artigo publicado na revista "Science" e intitulado "A tendência à energia limpa é irreversível", Obama afirma que há muito tempo se sabe, com base em "um registro científico maciço", que "a urgência de agir para mitigar a mudança climática é real e não pode ser ignorada".

"Embora a nossa compreensão sobre os impactos das mudanças climáticas seja cada vez mais incrivelmente clara, ainda há um debate sobre o curso adequado para a política dos Estados Unidos - um debate que está muito em voga durante a atual transição presidencial. Mas deixando de lado a política de curto prazo, as crescentes evidências econômicas e científicas me deixam confiantes de que as tendências para uma economia de energia limpa que surgiram durante a minha presidência continuarão e que a oportunidade econômica para que o nosso país aproveite essa tendência só vai crescer", escreve Obama.

Obama lembra em seu artigo que Trump, que assumirá a presidência no próximo dia 20, terá a oportunidade de desenhar sua própria política contra a mudança climática, mas aconselha que ele não trate o assunto como uma "questão partidária".

Segundo o líder, "nenhum país é mais bem preparado para enfrentar o desafio do clima e colher os benefícios econômicos de um futuro com baixa emissão de carbono do que os Estados Unidos e que a participação contínua no Acordo de Paris trará grandes benefícios para o povo americano e para a comunidade internacional".

Para isso, Obama acredita ser fundamental que os Estados Unidos continuem vinculados ao documento porque, caso se afaste, "perderia seu lugar na mesa para manter outros países em seus compromissos, exigir transparência e encorajar a ambição".

"Independentemente das políticas internas dos Estados Unidos, isso prejudicaria nossos interesses econômicos ao nos afastarmos da oportunidade de responsabilizar os países que representam dois terços das emissões globais - incluindo China, Índia, México, membros da União Europeia e outros", adverte Obama no artigo.

Trump já chegou a negar a realidade da mudança climática e de qualificar a questão como um "engano dos chineses".

Durante a campanha eleitoral, se mostrou favorável a tirar o país do Acordo de Paris e afirmou que suspenderia todas as verbas dos Estados Unidos para a Organização das Nações Unidas (ONU) que tenham a ver com a mudança climática.

Trump escolheu Scott Pruitt, procurador-geral de Oklahoma e um cético sobre a mudança do clima, para liderar a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

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