Mundo

Obama pede para Putin resolver defesa antimísseis

A defesa antimísseis é um dos grandes pontos de atrito nas relações bilaterais russo-americanas

Obama: ''Estas são minhas últimas eleições. Depois das eleições, terei mais flexibilidade" (Chip Somodevilla/Getty Images)

Obama: ''Estas são minhas últimas eleições. Depois das eleições, terei mais flexibilidade" (Chip Somodevilla/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2012 às 21h06.

Seul - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi surpreendido nesta segunda-feira pelos microfones durante reunião bilateral com o presidente russo, Dmitri Medvedev, enquanto pedia que seu sucessor, Vladimir Putin, lhe desse 'espaço' até as eleições de novembro sobre a questão da defesa antimísseis.

A defesa antimísseis é um dos grandes pontos de atrito nas relações bilaterais russo-americanas, e um dos principais assuntos abordados pelos líderes nesta segunda-feira, na última reunião antes que Medvedev abandone o cargo e seja substituído por Putin em maio.

Os microfones captaram a troca de palavras entre os dois líderes quando os jornalistas entravam na sala de reunião para cobrir as declarações dos dois ao término de seu encontro.

Na conversa, Obama dizia que 'todos estes assuntos, mas especialmente a defesa antimísseis, podem ser resolvidos, mas é importante que ele me dê espaço'.

'Sim, eu entendo. Entendo sua mensagem sobre espaço. Espaço para você?', replicava Medvedev.

'Estas são minhas últimas eleições. Depois das eleições, terei mais flexibilidade', disse o líder americano, e seu colega russo replicou: 'Entendo. Transmitirei esta informação a Vladimir'.


Publicamente, em declarações à imprensa, o presidente russo declarou que apesar de persistirem as diferenças no que diz respeito à defesa antimísseis, Estados Unidos e Rússia têm tempo para chegar a uma solução.

Esta manhã, em discurso na Universidade Hankuk de Seul, Obama tinha lançado uma proposta de diálogo com a Rússia para uma redução de armamento nuclear mais drástica.

A defesa antimísseis, declarou Obama no fórum, deveria ser 'uma área de cooperação, não de tensão'.

A Rússia se opõe aos planos americanos de desenvolver um escudo de defesa antimísseis na Europa, anunciado originalmente pelo presidente George W. Bush e modificado pela administração Obama, ao considerar que representa uma ameaça para a Rússia.

Os EUA rejeitaram esta possibilidade e afirmam que seus planos se dirigem a proteger a Europa de um possível ataque por parte de Estados hostis.

Em declarações à imprensa sobre a troca, o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, declarou que 'dadas as diferenças entre EUA e Rússia neste tema, levará tempo e trabalho técnico antes que possamos tentar alcançar um acordo'.

'Dado que 2012 é um ano eleitoral nos dois países, claramente não é um ano no qual vamos conseguir avanços', explicou. A Rússia prepara uma transição e os EUA realizam suas eleições presidenciais em novembro.

Portanto, acrescentou Rhodes, Obama e Medvedev 'acordaram que era melhor dar instruções a nossos analistas técnicos que façam o trabalho de entender melhor nossas respectivas posições, proporcionando espaço para os debates sobre cooperação em matéria de defesa antimísseis no futuro'. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBarack ObamaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticosRússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos