Obama: "qwuero trabalhar com os dois partidos para aprovar uma solução legislativa permanente" (Larry Downing/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 às 07h58.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quinta-feira um debate sobre o sistema migratório do país "que foque nas esperanças e não nos medos" do povo americano para se chegar a uma solução integral e permanente.
Após anunciar ações executivas unilaterais que evitarão a deportação de cerca de 5 milhões de pessoas durante os próximos três anos, o presidente insistiu na necessidade de que um marco legislativo seja aprovado pelo Congresso.
"Quero -reiterou- trabalhar com os dois partidos para aprovar uma solução legislativa permanente. E, no dia em que eu sancionar esse projeto de lei, ações como as de hoje já não serão necessárias".
Obama citou seu antecessor, o republicano George W. Bush, para reconhecer o papel dos imigrantes no país, assegurando que "são parte da vida americana", com a intenção de amenizar as fortes críticas que recebeu por parte dos conservadores.
"Como uma vez meu antecessor, o presidente Bush, disse: "São parte da vida americana"", afirmou o chefe de Estado em seu discurso na Casa Branca.
"Agora aqui está a coisa. Esperamos que as pessoas que vivem neste país sigam as regras. Esperamos que os que cruzam a linha não sejam recompensados injustamente", afirmou o presidente, ao insistir que suas medidas não significam uma "anistia" para todos os imigrantes ilegais.
Obama reiterou sua crença de que "a melhor maneira de resolver este problema é através do trabalho conjunto e da aprovação de uma de legislação de bom senso".
"Mas, até que isso aconteça, existem medidas que eu tenho a autoridade legal de tomar como Presidente, o mesmo tipo de medidas adotadas por presidentes democratas e republicanos que me antecederam, e que ajudarão nosso sistema de imigração a ser mais legal e mais justo".
Obama garantiu que compreende as preocupações dos mais céticos sobre sua decisão, mas apelou para a história do país, cujos princípios e valores foram formados pelos vários imigrantes que ali foram acolhidos.
"Somos uma nação que tolera a hipocrisia de um sistema no qual os trabalhadores que colhem nossas frutas e fazem nossas camas nunca terão a oportunidade de estar de acordo com a lei?", "ou somos uma nação que lhes dá a oportunidade de fazer as pazes, assumir suas responsabilidades e dar um futuro melhor para seus filhos?", questionou.
As ações executivas anunciadas hoje evitarão a deportação de cerca de 5 milhões de imigrantes ilegais durante três anos.
O grosso desse número são pais cujos filhos têm cidadania americana ou permissão permanente de residência, que provem que estão no país desde antes de 1º de janeiro de 2010 e que não tenham antecedentes criminais.
Por outro lado, o Departamento de Segurança Nacional elaborará um novo roteiro de ação para que a política de deportações se concentre em criminosos, em pessoas que cometeram crimes relacionados com a segurança nacional e que cruzaram a fronteira depois de 1º de janeiro deste ano.